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BRF aposta em hábitos da pandemia para crescer em países ricos

A pandemia alterou os padrões de dieta ao redor do mundo, assim como as cadeias de suprimentos da indústria alimentícia

BRF: Dona de marcas como Sadia e Perdigão, companhia anunciou em maio que negociava fusão com a Marfrig, mas empresas desistiram da negociação (Victor Moriyama/Bloomberg)

BRF: Dona de marcas como Sadia e Perdigão, companhia anunciou em maio que negociava fusão com a Marfrig, mas empresas desistiram da negociação (Victor Moriyama/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 12h50.

A BRF mira o mercado de lanches e pratos prontos para crescer nos países desenvolvidos, apostando que os hábitos adquiridos durante a pandemia serão mantidos.

O trabalho em casa por causa da Covid-19 mudou hábitos alimentares, especialmente nos países ricos, incluindo os EUA. Mais consumidores querem refeições rápidas e fáceis de preparar, uma tendência vista pela BRF como grande oportunidade para crescimento, de acordo com Patricio Rohner, vice-presidente de operações internacionais. A BRF é a maior exportadora mundial de carne de frango, responsável por 9% desse comércio global.

“Estamos focando em novas categorias que cresceram mais de 20% ou 30% durante a pandemia e continuarão avançando”, disse Rohner em entrevista, citando snacks, pratos prontos e pizzas.

A pandemia alterou os padrões de dieta ao redor do mundo, assim como as cadeias de suprimentos da indústria alimentícia. Empresas do setor estão tentando se ajustar a um “novo normal” em meio a problemas logísticos, inflação e novas tendências de consumo.

O aumento da presença em países desenvolvidos é parte do plano de crescimento da BRF, que prevê mais que dobrar sua receita líquida até 2030 e aumentar as margens de lucro.

Uma das principais estratégias para isso é produzir em mercados maduros em parceria com empresas locais usando matéria-prima importada. As categorias em crescimento, como snacks, podem ser um facilitador para ingressar em mercados já consolidados, pois as barreiras de entrada nesses segmentos tendem a ser menores, disse Rohner.

Enquanto produzir commodity requer grande escala, as fábricas desse tipo de alimento tendem a ser menores e mais flexíveis.

Além de mirar países desenvolvidos, a BRF também trabalha para se consolidar no mercado halal (que segue a tradição islâmica), tendo realizado investimentos para expandir instalações na Arábia Saudita e Turquia neste ano.

A companhia também vem buscando mais habilitações para ampliar os seus mercados fora do Brasil, e pode se beneficiar em breve de uma nova cota de exportação de frango que o Reino Unido negocia com o País.

Na Ásia, a companhia procura atender à demanda dos jovens por alimentos processados. Aquisições para produzir na região não é provável, porque as empresas locais ainda não compreendem as novas tendências de consumo, o que vem sendo estudado pela BRF, segundo Rohner.

A ideia de formar parcerias para produzir localmente também se aplica aqui, sobretudo para a China, disse ele.

Mesmo quando as aquisições possam fazer sentido, elas estão congeladas no curto prazo, pois a empresa vai priorizar o compromisso de manter o endividamento sob controle em meio a seu plano agressivo de investimentos, que prevê aportes de R$ 55 bilhões até 2030.

“Faremos aquisições no momento e na velocidade que nossa alavancagem permitir”, disse o presidente da BRF, Lorival Luz.

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