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Brasileiros gastaram mais de R$ 500 milhões em carros esportivos em 2019

Foram comprados mais de 3.000 veículos esportivos no ano passado, segundo a Bright Consultoria. Veja abaixo a lista dos mais vendidos

Ford Mustang: carro foi o esportivo mais vendido do Brasil em 2019 (Ford Mustang/Facebook Ford Brasil/Divulgação)

Ford Mustang: carro foi o esportivo mais vendido do Brasil em 2019 (Ford Mustang/Facebook Ford Brasil/Divulgação)

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Carolina Riveira

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 08h15.

Última atualização em 29 de janeiro de 2020 às 08h23.

Ford Mustang, Porsche 911, Audi TT. Clássicos como esses estiveram na lista dos esportivos mais vendidos do Brasil em 2019.

Os brasileiros compraram 1.805 carros esportivos no ano, segundo balanço da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Já números da Bright Consultoria automotiva, que incluem um espectro maior de modelos, apontam para mais de 3.000 carros esportivos vendidos em 2019.

O segmento ainda representa uma parcela pequena do mercado nacional. O número de modelos esportivos vendidos no ano passado representa menos de 1% dos 2,6 milhões de automóveis emplacados no período no Brasil, segundo a Fenabrave.

Ainda assim, os valores movimentados entre os esportivos são astronômicos. Para comprar somente a versão mais básica de oito dos nove modelos mais vendidos em 2019 na lista da Fenabrave, os brasileiros gastaram mais de 485.000 reais.

A estimativa foi feita segundo levantamento de EXAME com base nos preços dos modelos básicos, sem adicionais, registrados no site das montadoras (com exceção do Porsche Boxster, cujo preço oficial não foi encontrado no site da Porsche).

Na prática, incluindo os eventuais adicionais e os carros que não estão no ranking dos mais vendidos, gastou-se mais de 500 milhões de reais em esportivos no país em 2019.

Foi mais de meio bilhão de reais dispendidos para comprar pouco mais de 1.300 carros participantes do ranking dos mais vendidos -- um preço médio de mais de 370.000 reais por carro.

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O ano de 2019 registrou vendas cerca de 10% menores do que no anterior, segundo o levantamento da Bright. Os números da Fenabrave mostram uma queda ainda maior, de 25%. Mas, de acordo Murilo Briganti, diretor de produto da Bright, 2019 não foi um ano tão ruim para os esportivos quanto os números levam a crer.

O avanço dos esportivos em 2018 havia sido anormalmente alto, sobretudo porque o Ford Mustang, um dos modelos mais conhecidos nesse segmento, foi lançado pela primeira vez no Brasil naquele ano. Havia uma demanda reprimida pelo modelo, que alavancou as vendas, uma vez que passou a existir a possibilidade de comprar o veículo de forma mais fácil, sem necessidade de importação.

"O avanço do segmento em 2018 foi atípico, puxado pelo Mustang. O desempenho no período se descolou da média histórica", afirma Briganti.

Dessa forma, o Mustang foi o mais vendido do Brasil em 2019 pelo segundo ano consecutivo. Antes do início das vendas nacionais do modelo, o líder em 2017 havia sido o Porsche 911, que no ano passado foi o segundo mais vendido, posição que já havia ocupado em 2018.

Para poucos

O segmento dos esportivos sofre com os mesmos desafios pelos quais passa o setor automotivo como um todo, que vive anos difíceis diante da crise brasileira dos últimos anos. Ainda assim, veículos mais caros como os esportivos tendem a sofrer menos variação nas vendas durante crises, assim como outras categorias do segmento de luxo.

O setor automotivo de luxo foi um dos que mais cresceu durante a crise brasileira, tendo alta de 36,8% entre 2013 e 2018, segundo números da consultoria Euromonitor. Em 2018, os carros de luxo responderam por um faturamento de 14,1 bilhões de reais no Brasil.

A crise costuma afetar menos os produtos mais caros. No acumulado entre 2013 e 2018, o faturamento de produtos de luxo teve alta de mais de 18% — mesmo em um cenário em que, no acumulado do mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 1,3% e a renda per capta caiu mais de 6%.

Para os próximos anos, contudo, os carros devem perder em parte o protagonismo: o setor de luxo que mais crescerá será o chamado “luxo de experiência”, que inclui alimentação e viagens, com alta de 48,2% esperada até 2023. O mercado de carros de luxo deve ter alta de 5,5%, segundo a Euromonitor.

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