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Brasileiro vira símbolo de superação e lança clínica de reabilitação

Pedro Pimenta, economista e empreendedor que foi quadriamputado aos 18 anos, conversou com Pedro Thompson, CEO da EXAME, no programa CEO Talks

Pedro Pimenta viu uma chance de empreender no Brasil, após realizar reabilitação nos EUA (Arte/Exame)

Pedro Pimenta viu uma chance de empreender no Brasil, após realizar reabilitação nos EUA (Arte/Exame)

No CEO Talks que foi ao ar no dia 17 de março, Pedro Thompson, CEO da EXAME, conversou com Pedro Pimenta. O economista e empreendedor contou sua história de superação. Ele teve que amputar suas pernas e braços aos 18 anos de idade devido a uma meningite meningocócica, o tipo mais fatal da doença. Apesar de os médicos terem dado 1% de chance de sobrevivência na época, ele não só contrariou os prognósticos como hoje vive de forma totalmente independente.

Durante a conversa, Pimenta contou que realizou um de seus grandes objetivos pós-reabilitação. Ele criou uma clínica para amputados no Brasil, com o intuito de elevar o nível de qualidade do setor no país. "Estamos abrindo uma clínica em Alphaville, a DaVinci, com 370 metros quadrados, no mês que vem. Será com certeza a maior clínica de reabilitação de amputados no Brasil. A ideia é oferecer mobilidade, independência e, principalmente, [a sensação de] pertencimento", destacou.

Ele explicou que as clínicas de reabilitação estão muito atrasadas em relação aos outros países. "A questão da aceitação será muito bem trabalhada por psicólogos, nutricionistas, como um centro de excelência deve ser. Quem sabe não conseguimos começar a virar o jogo aqui no Brasil e nos aproximar mais do que é feito lá fora, principalmente nos Estados Unidos, onde tive minha experiência", disse.

História de Superação

"Você vai ter que se acostumar a ter um cuidador 100% do tempo ao seu lado". Essa foi uma das frases ditas por um médico a Pedro Pimenta após as amputações. Na época, o jovem que acabava de passar pelo momento mais difícil de sua vida começava o processo de reabilitação. Após diversas tentativas no Brasil, Pimenta não obteve o sucesso desejado. Foi quando sua família decidiu usar todas as economias para encontrar um tratamento fora do país.

"Fui parar no meio do nada, em Oklahoma city [nos Estados Unidos], um lugar que só tinha grama, caminhonete e cowboy. Fui me reabilitar com um veterano de guerra do Afeganistão e do Iraque", contou Pimenta. A convite da empresa especializada, ele participou de um processo de 20 dias inspirado em treinamentos militares. 

“Era minha última chance. Quem não tem nada a perder, é capaz de dar a vida por algo. Dei a raça ali e acabei me dando muito bem”, afirmou. Foi assim que ele se tornou o primeiro quadriamputado a largar a cadeira de rodas.

Após o tratamento, ele foi convidado pela própria empresa de reabilitação a estudar por lá e fazer palestras para apresentar o seu case, que até então era inédito. "Fui para a Flórida estudar economia e as coisas foram muito bem”, contou. “Venho fazendo isso desde então. Faço minhas palestras, escrevi meu livro em 2014. E isso me alimenta, me tira da cama de manhã. É o que me faz ter muita gratidão mesmo depois de tudo que aconteceu”, conta. 

Apesar do trabalho nos Estados Unidos, Pimenta explica que enxergar as diferenças no mercado de reabilitação e próteses no setor o motivou a empreender no Brasil. “Queria criar um centro de excelência que fosse um espelho, grande fomentador não só no país, mas na América Latina, ao trazer as boas práticas e eliminar os vícios”, explicou. “No ano da pandemia tive a oportunidade de voltar ao Brasil e realizar esse grande sonho. E hoje estou para lançar a DaVinci Clinic no Brasil", disse.

"Talvez o que faça sentido na vida é deixar o mundo melhor do que a gente recebeu" (Pedro Pimenta)

Veja, abaixo, o episódio completo do CEO Talks.

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