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Brasil terá 10 outlets até o fim de 2014

Os donos dos empreendimentos que já estão em funcionamento dizem que o cenário atual é favorável


	Administrados pela General Shopping, os Outlets Premium de Itupeva (São Paulo) e de Alexânia (Goiás) recebem, juntos, 9 milhões de pessoas ao ano
 (VEJA SÃO PAULO)

Administrados pela General Shopping, os Outlets Premium de Itupeva (São Paulo) e de Alexânia (Goiás) recebem, juntos, 9 milhões de pessoas ao ano (VEJA SÃO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 09h50.

São Paulo - Famosos no exterior - e até pouco tempo temidos por varejistas no Brasil -, os outlets estão, finalmente, conseguindo se consolidar no mercado brasileiro. Depois de uma experiência malsucedida na década de 90, em que os projetos de shoppings micaram, os outlets vivem uma nova onda no País, iniciada em 2009 com o Outlet Premium de Itupeva (SP).

Até o fim de 2014, o Brasil terá dez empreendimentos do tipo em diferentes regiões. O levantamento é da recém-criada About, empresa fundada pelo ex-executivo da Jones Lang LaSalle, André Costa, para prestar consultoria de planejamento e comercialização de outlets.

Os donos dos empreendimentos que já estão em funcionamento dizem que o cenário atual é favorável. Administrados pela General Shopping, os Outlets Premium de Itupeva (São Paulo) e de Alexânia (Goiás) recebem, juntos, 9 milhões de pessoas ao ano.

Já o BH Outlet, de Belo Horizonte, está investindo R$ 70 milhões num projeto de expansão. Outro mineiro, o Sómarcas, de Contagem, fica com o estacionamento cheio nos os fins de semana; e a loja Nike de lá vende cerca de R$ 2,5 milhões por mês.

Essa situação atraiu novos investidores dispostos a arriscar em projetos de shoppings de liquidação ainda mais ambiciosos. Em setembro, um deles ficará pronto em Novo Hamburgo (RS).

Outros serão entregues até o ano que vem em São Roque (São Paulo), Camaçari (Bahia), Camboriú (Santa Catarina), Rio de Janeiro e Fortaleza. Junto dos já existentes, eles movimentarão R$ 2 bilhões anuais.

Erros

O desafio comum será provar que o insucesso dos anos 1990 não se repetirá. Naquela época, o negócio não deu certo por uma série de motivos: os lojistas trabalhavam com pouco estoque; os empreendimentos foram projetados em regiões próximas dos grandes centros, e portanto dos shoppings tradicionais; as grandes marcas, com medo de canibalizar seus produtos, não aderiram ao modelo.


Hoje, há condições inexistentes na época que podem contribuir para essa nova geração vingar. A gestão das marcas, por exemplo, ficou mais profissional, já que há grupos que administram várias ao mesmo tempo, como o InBrands. A companhia cuida de dez marcas, entre elas Richards, Ellus e Salinas.

Empresas especializadas no desenvolvimento de shoppings convencionais também entraram na jogada. A BR Malls, que tem 51 shoppings no Brasil, decidiu se unir à americana Simon Property para, pela primeira vez, participar de um empreendimento desse tipo. O futuro endereço deverá ser a altura 45 km da Rodovia Castello Branco.

Dono de 16 shoppings, o grupo Iguatemi comprou 41% de participação no Platinum Outlet, de Novo Hamburgo. Outros 49% são da gestora de recursos Hedging-Griffo, do banco Credit Suisse.

Mas a entrada de pesos pesados no setor não significa que ele já tenha amadurecido. O empresário Mário Valadares, dono do Sómarcas, diz que as marcas brasileiras ainda não entenderam como tirar vantagem dos outlets. “"Elas não entendem que o objetivo não é ganhar dinheiro, mas usar o empreendimento para equilibrar a operação e reduzir as perdas".”

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