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Braga propõe indenização aos demitidos da Eletrobras após venda

O ex-ministro propõe que em caso de demissão os novos controladores paguem uma indenização equivalente a dois anos de salários para cada trabalhador

Braga foi ministro de Minas e Energia entre 2015 e 2016 no governo Dilma (Geraldo Magela/Agência Senado)
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Reuters

Publicado em 16 de março de 2018 às 13h54.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 13h56.

São Paulo - O ex-ministro de Minas e Energia e senador Eduardo Braga (MDB-AM) irá propor uma emenda a uma medida provisória sobre a privatização de distribuidoras de energia da Eletrobras para que os eventuais compradores das empresas tenham que pagar indenizações adicionais em caso de demissão de trabalhadores.

A proposta vem após Braga ser escolhido na semana passada para presidir uma Comissão Mista no Congresso Nacional sobre a MP 814/17, editada em dezembro pelo governo federal para permitir a venda de seis distribuidoras de energia da Eletrobras que atuam no Norte e Nordeste e a futura desestatização da própria companhia de energia.

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As discussões ocorrem em paralelo aos trabalhos de outra comissão, da Câmara, que foi instalada nesta semana para analisar um projeto de lei sobre a privatização da Eletrobras, que o governo do presidente Michel Temer quer concluir ainda neste ano.

A venda das distribuidoras da estatal, que atuam em Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí, já estava prevista e deve ocorrer até maio, segundo cronograma da empresa.

Mas a proposta de Braga pretende exigir que os novos controladores das empresas após a desestatização se comprometam a pagar uma indenização equivalente a dois anos de salários para cada trabalhador em caso de demissão, além dos direitos trabalhistas já previstos em lei.

"A emenda com esse teor ainda será protocolada", informou a assessoria de imprensa de Braga, em nota.

Se a proposta passar pelo Congresso e não for vetada por Temer, eventuais interessados nas distribuidoras precisarão fazer contas sobre o custo da medida, uma vez que especialistas avaliam que as concessionárias da Eletrobras provavelmente precisarão cortar pessoal após a privatização para ganhar eficiência e reduzir custos.

O senador Braga, eleito pelo Estado do Amazonas e ministro de Minas e Energia entre 2015 e 2016, no governo da presidente Dilma Rousseff, também apresentou um requerimento para que seja realizada uma audiência pública sobre os planos de venda das distribuidoras da Eletrobras.

Ele convidou para a audiência representantes do Ministério de Minas e Energia, da Eletrobras e das subsidiárias da estatal no Amazonas, a Eletrobras Distribuição Amazonas e a Amazonas GT (geração e transmissão).

O leilão de desestatização das empresas está previsto para 4 de maio.

As empresas serão vendidas a um valor simbólico de 50 mil reais, uma vez que são fortemente deficitárias. Antes disso, a Eletrobras já concordou em absorver 11,2 bilhões de dívidas e mais possíveis passivos das elétricas junto a fundos setoriais para evitar um fracasso na privatização.

Dentre as distribuidoras, a que atua no Amazonas, Estado de Braga, é a vista como mais complexa, por enfrentar dívidas bilionárias junto à Petrobras pelo fornecimento de combustíveis para geração termelétrica na região. Antes da desestatização, a empresa ainda passará por uma cisão, que deixará seus ativos de geração e transmissão com uma nova estatal sob comando da Eletrobras, a Amazonas GT.

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