Bradesco que entrar no mercado mexicano, onde cerca de 40% da população ainda não possuem serviços bancários (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
<hr> <p class="pagina"><strong>Sinais da internacionalização<br></strong><br>A compra do ibi mexicano é visto pelo mercado como o primeiro sinal concreto de que os bancos brasileiros investirão cada vez mais na internacionalização. Isto porque, após a rodada de aquisições nos últimos anos, os especialistas avaliam que há poucas instituições no Brasil cuja compra agregue algum valor aos líderes do setor. Com uma gestão mais conservadora que a dos bancos americanos, por exemplo, os brasileiros conseguiram sobreviver à crise com tranqüilidade e, agora, têm caixa e apetite para buscar oportunidades na América Latina.<br><br>Na rodada de consolidação dos últimos dois anos, o Bradesco foi o que sofreu o maior revés. Viu o Itaú tomar a liderança no segmento de bancos privados com a fusão com o Unibanco e observou o Banco do Brasil adquirir instituições importantes, como a paulista Nossa Caixa e o Banco Votorantim - do qual comprou quase a metade do capital. Para reagir, o Bradesco quer agora estender seus tentáculos num mercado tão promissor como o do México. Um passo importante para viabilizar essa estratégia será a aquisição da marca de cartões da C&A Moda. De certa forma, essa operação isentará a instituição brasileira de fazer grandes investimentos iniciais no novo negócio. "Além disso, o risco da operação é menor, porque o Bradesco já entrará no mercado mexicano com uma boa base de clientes", afirma um especialista em sistema financeiro.<br><br>O Banco Central brasileiro dificilmente colocará restrições à aquisição porque 200 milhões de reais não comprometeriam a liquidez do Bradesco. A expectativa é de que o negócio seja aprovado dentro de um prazo máximo de três meses a partir da data do acordo assinado. Quanto ao BC do México, a posição deverá ser a mesma. Como o banco brasileiro ainda não atua no mercado mexicano, é provável que não haja empecilhos para se tornar mais um competidor no setor de serviços financeiros.<br><br>Procurados, os bancos Bradesco e ibi não quiseram comentar o assunto.</p>