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BP sofre pressão por mudanças na diretoria

Segundo o jornal Financial Times, os investidores da BP esperam ver uma mudança no comando da empresa, possivelmente depois que o derramamento de óleo for contido

Manifestantes protestaram na sede da empresa após vazamento no Golfo do México. (.)

Manifestantes protestaram na sede da empresa após vazamento no Golfo do México. (.)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2010 às 17h22.

News Orleans - Os trabalhos de limpeza do petróleo derramado pela BP no Golfo do México, perto da costa dos Estados Unidos, voltaram ao ritmo normal neste sábado, em meio a notícias de que grandes investidores da companhia esperam que os principais executivos da BP sejam removidos.

A BP informou que seus sistemas de absorção do óleo recolheram ou queimaram 25.290 barris durante as operações de sexta-feira, que retomaram os serviços depois de uma interrupção causada pela passagem do furacão Alex pela região.

A tempestade atingiu a área do vazamento na costa da Louisiana, sem causar grandes danos.

Mas a perda de valor de mercado da BP como resultado do pior derramamento de óleo em prospecções em águas profundas na história dos EUA parece longe de acabar. A capitalização de mercado da BP encolheu cerca de 100 bilhões de dólares, com suas ações perdendo mais de metade do valor desde o início do vazamento.

O Financial Times informou que investidores da BP esperam ver uma mudança no comando da empresa, possivelmente depois que o derramamento de óleo for contido. Estão com o cargo ameaçado o presidente-executivo, Tony Hayward, e o chairman, Carl-Henric Svanberg.

"Quando isto acabar, haverá uma investigação completa e nós esperamos alguma medida para substituir a equipe na liderança", disseram os dez principais acionistas da BP, de acordo com a edição de sábado do diário econômico britânico.

Sem medidas para retomar o prumo, a BP poderia ser alvo de ofertas hostis de compra por parte de empresas como ExxonMobil, Shell ou PetroChina, disse o Financial Times, citando uma fonte que atua na estratégia da petrolífera britânica. Um porta-voz da BP não quis comentar a reportagem do jornal.

Os principais executivos da BP estão sob intensa pressão desce que uma explosão numa plataforma da empresa matou 11 trabalhadores e deslanchou uma torrente de petróleo que ameaça a vida selvagem e os setores do turismo e da pesca na região do Golfo do México perto dos EUA.

O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, também criticou a reação da BP à crise, que já está no 75o dia. O Departamento do Interior dos EUA, um dos órgãos encarregados da questão, poderá divulgar na semana que vem uma revisão da suspensão de prospecção de petróleo em águas profundas em território dos EUA.
Na semana passada, uma corte federal revogou uma proibição de seis meses imposta pelo governo Obama depois do vazamento. A previsão é que a nova moratória seja mais flexível e possa ser adaptada para permitir a extração em alguns campos do leito oceânico.

Além dos danos econômicos, o derramamento é considerado uma catástrofe ambiental para a costa do Golfo. Tubarões baleia, o maior animal marinho na área, podem ser as vítimas mais recentes.

Autoridades informaram esta semana que quatro animais, de cerca de 12 metros de comprimento, foram vistos nadando em água oleosa, em busca de alimento. Cientistas temem que eles possam ser afetados ou mesmo morrer ao absorver grande quantidade de óleo quando estiverem procurando comida.

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