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Boeing tem interesse em parceria de Defesa com Embraer

O grupo americano ainda não fez uma oferta formal, e a estrutura final da proposta deve ser definida após a retomada das conversas

Boeing: fontes dizem que o objetivo é ir bem além de uma joint venture ou de uma simples injeção de capital (Chris McGrath/Getty Images)

Boeing: fontes dizem que o objetivo é ir bem além de uma joint venture ou de uma simples injeção de capital (Chris McGrath/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de dezembro de 2017 às 12h34.

Paris - A Boeing tem interesse em uma parceria com a Embraer que vá além da aviação comercial e atinja também as áreas de Defesa e serviços mundiais, mas o formato da associação depende de negociações com o governo brasileiro.

O grupo aeroespacial norte-americano ainda não fez uma oferta formal, e a estrutura final da proposta deve ser definida após a retomada das conversas, nas próximas semanas. Contudo, fontes dizem que o objetivo é ir bem além de uma joint venture ou de uma simples injeção de capital.

"Uma associação mais ampla seria preferível, mas a Boeing está sensível a preocupações que o governo pode ter quanto a Defesa. Se isso puder ser equacionado, esse acordo pode vingar", disse uma pessoa com conhecimento direto das negociações.

Os obstáculos políticos diminuíram desde que um escândalo de espionagem prejudicou a Boeing na escolha da compra de caças pelo governo brasileiro, em 2013. O Brasil acabou optando pelos jatos Gripen, da sueca Saab.

Mas a subida ao poder do presidente Michel Temer — e sua agenda liberal-econômica, com políticas pró-mercado, de privatizações e redução do papel do Estado — animou a Boeing.

Contudo, a alta impopularidade de Temer, que não chega nem a 10 por cento de aprovação nas pesquisas de opinião, fazem com que autoridades prevejam que ele vetaria qualquer tentativa de compra absoluta da empresa brasileira.

"As empresas estão agora atravessando os temas regulatórios do governo brasileiro. O portfólio de Defesa seria gerenciado de acordo com o governo do Brasil e as discussões gerais e sobre a golden share estão em andamento", disse a fonte.

Um acordo revigoraria a capacidade comercial da Boeing nos aviões comerciais de pequeno porte, cujas vendas da empresa norte-americana caíram. Também seria uma resposta à venture entre a Airbus e a canadense Bombardier.

Analistas dizem que o acordo de outubro, segundo o qual a Airbus assumirá o controle do projeto canadense de aviões da série C, deixou a Embraer exposta com sua aeronave da série E, menor em tamanho, e com possível concorrência da China a caminho.

Embora muitas fontes digam que o acordo ligou o alerta vermelho na Embraer, pessoas envolvidas nas negociações com a Boeing insistem que as conversas já vinham ocorrendo.

"É uma relação de longo prazo que evoluiu com o tempo. Essas discussões estão acontecendo ao longo do ano e foram intensificadas há dois meses, mas muito antes do anúncio da Airbus e da Bombardier. Não é algo reativo", disse uma pessoa próxima às negociações.

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