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BNP Paribas Cardif desacelera no Brasil, mas segue confiante

O faturamento da companhia especializada em seguros massificados cresceu 25 por cento no ano passado, para 1,83 bilhão de reais


	BNP Paribas: faturamento da companhia especializada em seguros massificados cresceu 25 por cento no ano passado
 (Yves Forestier/Getty Images)

BNP Paribas: faturamento da companhia especializada em seguros massificados cresceu 25 por cento no ano passado (Yves Forestier/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2015 às 09h19.

São Paulo - Apesar da expectativa de que o ramo segurador voltará a perder força no Brasil em 2015, no encalço da prolongada desaceleração econômica do país, a unidade brasileira do francês BNP Paribas Cardif está confiante que irá se consolidar como maior fonte de lucros do conglomerado fora da França, disse um executivo da empresa à Reuters.

O faturamento da companhia especializada em seguros massificados cresceu 25 por cento no ano passado, para 1,83 bilhão de reais. Nada mal, considerando a economia brasileira estagnada e o desempenho do setor em geral.

Mas foi o menor avanço em dez anos da empresa no Brasil. Desde 2007, a Cardif vinha crescendo em um ritmo médio anual de 34 por cento.        

O mercado segurador do país cresceu 11,6 por cento no ano passado, depois de 11 anos avançando a uma taxa média anual de 18 por cento, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Neste ano, dado o cenário econômico, o setor deve crescer apenas um dígito, de acordo com estimativa do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo, o que renovaria o pior número desde a queda de 1 por cento em 2002.

Se a previsão se confirmar, será um revés importante para um segmento que previa manter altos níveis de expansão por anos a fio, dado a ainda baixa participação do mercado de seguros em relação ao PIB na comparação com Europa e Estados Unidos.

Mas mesmo com crescimento menor, a unidade brasileira, que já vinha se destacando no últimos anos, respondeu no ano passado por 10 por cento do lucro mundial da empresa de seguros do BNP Paribas, maior fatia entre os 36 países onde a Cardif opera fora da França, se excluir números de previdência, que a companhia não oferece aqui.       

"Neste ano, se conseguirmos crescer dois dígitos já será um ótimo resultado", disse à Reuters o presidente da BNP Paribas Cardif no país, Adriano Romano.

Para conseguir manter um ritmo superior à média do mercado seguros do Brasil, a companhia mira em dois alvos: produtos de venda direta, mais baratos e mais fáceis de contratar; e o mercado imobiliário, para o qual criou um canal exclusivo de atendimento.       

"Tem um boom imobiliário ainda por acontecer no Brasil, especialmente em termos produtos de seguros, tanto para imóveis próprios quanto alugados", disse Romano.

Nos últimos anos, o foco em produtos para o mercado de consumo, como eletrodomésticos e automóveis, foi um dos fatores que explicaram o crescimento mais acelerado da BNP Paribas Cardif no país.     

A Luizaseg, joint venture da BNP Paribas Cardif com o Magazine Luiza que vende garantia estendida para produtos como eletroeletrônicos, foi o carro-chefe da companhia, com alta de 40 por cento, mesmo com o consumo e a economia perdendo fôlego no ano passado.

Para Romano, esses segmentos devem voltar a ganhar tração no médio prazo, à medida que a economia se recupere. 

Enquanto isso, a ordem é intensificar a venda de produtos com maior apelo por preço e facilidade de contratação, sem a figura do corretor e, em geral, por canais digitais.

Uma das metas da BNP Paribas Cardif nesse sentido é mais do que dobrar a fatia das vendas pela Internet nos próximos três anos, dos atuais 2 para 5 por cento do total.

Consolidação? Não

Diferente do que tem acontecido em diversos setores da economia, nos quais a fraqueza do país tem promovido movimentos de consolidação, o mesmo não deve acontecer no segmento de seguros, acredita Romano.

Os grupos internacionais não mostram interesse em se desfazer de suas operações por aqui, apesar do setor ser bastante fragmentado no Brasil, disse o executivo. Como as companhias não têm necessidades de caixa, a estratégia comum tem sido a de esperar a retomada da economia.

"Nenhum estrangeiro quer sair do Brasil", afirmou. "E os grupos nacionais também querem crescer."

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