O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu colocar em leilão extrajudicialmente as ações ordinárias da Eletropaulo que pertencem a seu controlador, o grupo americano AES. A decisão, anunciada nesta sexta-feira pelo presidente do banco, Carlos Lessa, foi tomada depois que fracassaram as negociações de um acordo com o grupo, que tem uma dívida de cerca de 1,2 milhão de dólares com a instituição. O lote de ações que será leiloado na Bovespa é a garantia do BNDES para os empréstimos concedidos à AES na privatização da Eletropaulo e corresponde a 70,82% do capital votante da empresa.

Demos um longo prazo à empresa, mas ela não apresentou qualquer proposta que o banco considerasse viável , afirmou Lessa. A próxima medida a ser tomada pelo BNDES é lançar um edital para a contratação de três empresas para estudar o valor das ações. O prazo mínimo calculado pelo banco para realizar o leilão é de 107 dias. Mas esse prazo será excedido caso a AES decida entrar na Justiça contra a venda das ações - essa hipótese é considerada bem provável dentro do banco. A AES já foi notificada da decisão.

O BNDES continua aberto à apresentação de novas propostas do grupo. Na próxima quarta-feira, dia 14, está marcada uma reunião entre o vice-presidente da AES, Joseph Brant, e o diretor financeiro do BNDES, Roberto Thimóteo da Costa. Se a AES chegar com o cheque, o BNDES recebe e resolve esse problema , disse Lessa.