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BMW espera decidir sobre fábrica no Brasil até junho

Unidade brasileira pode ser a primeira da empresa na América Latina

Em março, o diretor de produção, Frank-Peter Arndt, ameaçou desistir dos planos da montadora para o país, afirmando que a companhia não viria para o Brasil "para ter prejuízo" (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 15h21.

São Paulo - A fabricante alemã de carros de luxo BMW espera decidir até junho sobre a instalação de fábrica no Brasil, que pode se tornar a primeira da marca na América Latina, depois que o governo revelou as linhas gerais do novo regime automotivo na semana passada.

O presidente da marca para o Brasil, Jörg Henning Dornbusch, afirmou à Reuters que o país segue sendo "uma grande opção" para a instalação de uma fábrica, apesar da expectativa de queda nas vendas da BMW no país em 2012, depois que o governo elevou a tributação sobre veículos importados no fim do ano passado.

O Brasil é o único país dos Brics, formado também por Rússia, China, Índia e África do Sul, a não ter uma unidade da companhia alemã.

Em março, o diretor de produção da BMW, Frank-Peter Arndt, ameaçou desistir dos planos da montadora para o país, afirmando que a companhia não viria para o Brasil "para ter prejuízo", e que o governo estava criando incertezas para o projeto.

Agora, Dornbusch disse que "houve um avanço". "O governo flexibilizou um pouco... Esperamos ter uma decisão no primeiro semestre." Segundo ele, a montadora também segue negociando com governos estaduais sobre o local para a possível instalação da fábrica, em meio à disputa entre São Paulo, Santa Catarina e Paraná. No início do ano, uma fonte próxima do assunto afirmou que a BMW estava mais inclinada a se decidir por Santa Catarina.

A fabricante, que tem meta de vender mais de 2 milhões de veículos no mundo em 2016 e mantém foco em expansão nos mercados emergentes, espera esclarecer com o governo brasileiro na próxima semana, dúvidas sobre o novo regime automotivo para retomar a avaliação da fábrica, num processo que já dura mais de um ano.

"Nos últimos seis meses aconteceu muita coisa. Tínhamos um projeto em março (de 2011) e estávamos em negociações quando saiu a lei do IPI em setembro e criou-se um vácuo de incerteza sobre quais seriam as novas condições para se investir", disse Dornbusch, em referência ao aumento de 30 pontos no Imposto sobre Produtos Industrializados sobre veículos importados que passou a valer em dezembro.

"O ponto que a gente está levantando é como é que podemos nos próximos dois, três anos conseguir ter um alívio da carga tributária do IPI para continuar abastecendo as revendas e desenvolver a marca no Brasil." "A gente está destrinchando o decreto, item por item, não queremos ter nenhuma surpresa após a decisão fabril", acrescentou.

Outra avaliação da empresa é sobre o impacto do novo acordo automotivo Brasil-México , acertado em março e que estabeleceu cotas de exportação de veículos, limitando eventuais vantagens de vendas de um país para o outro. "Claro que o México faz parte da estratégia, antes tinha mais benefícios de importação sem imposto e com conteúdo local menor. Agora o conteúdo local é maior e isso pesa."


Pelos termos divulgados pelo governo no regime automotivo que vai de 2013 a 2017, as montadoras terão descontos no IPI de acordo com o nível de utilização de peças regionais (Brasil e Mercosul) e investimento em etapas de produção local e também em pesquisa e desenvolvimento.

Empresas que estão chegando ao país com projetos de fábricas terão direito a crédito no imposto equivalente a até 50 por cento da capacidade de produção futura prevista no projeto apresentado ao governo.

"Quanto mais se investe, mais volumes (de vendas) temos que ter. Conforme vai acrescentando etapas na linha de produção, o custo aumenta e é preciso focar em modelos que tenham maior volume." Entre os carros mais vendidos da BMW no Brasil está o modelo série 1.

Anteriormente, o governo não previa conceder crédito de IPI para as empresas novatas no país e descontos no tributo para montadoras instaladas que não cumprissem pelo menos 65 por cento de índice de conteúdo regional em seus veículos.

Uma das dúvidas que a BMW quer esclarecer com o governo é se a empresa pode se habilitar ao crédito tributário este ano ou só a partir do ano que vem, quando o novo regime entrar em vigor, disse Dornbusch.

"Estamos falando de 7 ou 8 meses (...) É um impacto grande no fluxo de caixa e no investimento, serão sete meses de queda nas vendas sem o respectivo crédito tributário e isso impacta em nosso modelo", disse o executivo.

No primeiro trimestre, as vendas da BMW no Brasil caíram 11,6 por cento, segundo dados da associação de concessionários Fenabrave, para 1.888 unidades. Segundo Dornbusch, a expectativa para o ano é de queda de 30 a 40 por cento, após vendas de 12.074 veículos em 2011.

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São Paulo - A fabricante alemã de carros de luxo BMW espera decidir até junho sobre a instalação de fábrica no Brasil, que pode se tornar a primeira da marca na América Latina, depois que o governo revelou as linhas gerais do novo regime automotivo na semana passada.

O presidente da marca para o Brasil, Jörg Henning Dornbusch, afirmou à Reuters que o país segue sendo "uma grande opção" para a instalação de uma fábrica, apesar da expectativa de queda nas vendas da BMW no país em 2012, depois que o governo elevou a tributação sobre veículos importados no fim do ano passado.

O Brasil é o único país dos Brics, formado também por Rússia, China, Índia e África do Sul, a não ter uma unidade da companhia alemã.

Em março, o diretor de produção da BMW, Frank-Peter Arndt, ameaçou desistir dos planos da montadora para o país, afirmando que a companhia não viria para o Brasil "para ter prejuízo", e que o governo estava criando incertezas para o projeto.

Agora, Dornbusch disse que "houve um avanço". "O governo flexibilizou um pouco... Esperamos ter uma decisão no primeiro semestre." Segundo ele, a montadora também segue negociando com governos estaduais sobre o local para a possível instalação da fábrica, em meio à disputa entre São Paulo, Santa Catarina e Paraná. No início do ano, uma fonte próxima do assunto afirmou que a BMW estava mais inclinada a se decidir por Santa Catarina.

A fabricante, que tem meta de vender mais de 2 milhões de veículos no mundo em 2016 e mantém foco em expansão nos mercados emergentes, espera esclarecer com o governo brasileiro na próxima semana, dúvidas sobre o novo regime automotivo para retomar a avaliação da fábrica, num processo que já dura mais de um ano.

"Nos últimos seis meses aconteceu muita coisa. Tínhamos um projeto em março (de 2011) e estávamos em negociações quando saiu a lei do IPI em setembro e criou-se um vácuo de incerteza sobre quais seriam as novas condições para se investir", disse Dornbusch, em referência ao aumento de 30 pontos no Imposto sobre Produtos Industrializados sobre veículos importados que passou a valer em dezembro.

"O ponto que a gente está levantando é como é que podemos nos próximos dois, três anos conseguir ter um alívio da carga tributária do IPI para continuar abastecendo as revendas e desenvolver a marca no Brasil." "A gente está destrinchando o decreto, item por item, não queremos ter nenhuma surpresa após a decisão fabril", acrescentou.

Outra avaliação da empresa é sobre o impacto do novo acordo automotivo Brasil-México , acertado em março e que estabeleceu cotas de exportação de veículos, limitando eventuais vantagens de vendas de um país para o outro. "Claro que o México faz parte da estratégia, antes tinha mais benefícios de importação sem imposto e com conteúdo local menor. Agora o conteúdo local é maior e isso pesa."


Pelos termos divulgados pelo governo no regime automotivo que vai de 2013 a 2017, as montadoras terão descontos no IPI de acordo com o nível de utilização de peças regionais (Brasil e Mercosul) e investimento em etapas de produção local e também em pesquisa e desenvolvimento.

Empresas que estão chegando ao país com projetos de fábricas terão direito a crédito no imposto equivalente a até 50 por cento da capacidade de produção futura prevista no projeto apresentado ao governo.

"Quanto mais se investe, mais volumes (de vendas) temos que ter. Conforme vai acrescentando etapas na linha de produção, o custo aumenta e é preciso focar em modelos que tenham maior volume." Entre os carros mais vendidos da BMW no Brasil está o modelo série 1.

Anteriormente, o governo não previa conceder crédito de IPI para as empresas novatas no país e descontos no tributo para montadoras instaladas que não cumprissem pelo menos 65 por cento de índice de conteúdo regional em seus veículos.

Uma das dúvidas que a BMW quer esclarecer com o governo é se a empresa pode se habilitar ao crédito tributário este ano ou só a partir do ano que vem, quando o novo regime entrar em vigor, disse Dornbusch.

"Estamos falando de 7 ou 8 meses (...) É um impacto grande no fluxo de caixa e no investimento, serão sete meses de queda nas vendas sem o respectivo crédito tributário e isso impacta em nosso modelo", disse o executivo.

No primeiro trimestre, as vendas da BMW no Brasil caíram 11,6 por cento, segundo dados da associação de concessionários Fenabrave, para 1.888 unidades. Segundo Dornbusch, a expectativa para o ano é de queda de 30 a 40 por cento, após vendas de 12.074 veículos em 2011.

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