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BM&FBovespa deve adquirir participação em mais duas bolsas

Depois de alcançar uma fatia de 8% da bolsa de Santiago, as bolsas de valores do Peru e Colômbia devem ser os próximos alvos


	Edemir Pinto: as bolsas da Argentina e México também estão no radar da companhia
 (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

Edemir Pinto: as bolsas da Argentina e México também estão no radar da companhia (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 11h24.

São Paulo - O diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse nesta sexta-feira, 15, em coletiva de imprensa, que depois de alcançar uma fatia de 8% da bolsa de Santiago, a empresa brasileira deverá iniciar a aquisição de fatias em até outras duas bolsas até o fim do primeiro semestre.

Segundo o executivo, as bolsas de valores do Peru e Colômbia devem ser os próximos alvos. Além desses três países, as bolsas da Argentina e México também estão no radar da companhia. "Esse é um projeto de médio prazo", disse.

Edemir destacou ainda que o objetivo da bolsa brasileira é efetuar a aquisição até o limite permitido pela legislação local. Nesse sentido, frisou, a ideia é de alcançar no curto prazo uma participação de 10% na Bolsa do Chile.

Recentemente, o executivo abriu também que a companhia tem interesse em buscar um assento nos conselhos de administração dessas bolsas.

A decisão da BM&FBovespa de ingressar na América Latina foi tomada em junho do ano passado, quando se aproximava o fim de um forte ciclo de investimentos da companhia, na ordem de R$ 1,5 bilhão.

Dois bancos de investimento, então, foram contratados para assessorar os negócios.

Apesar dos volumes baixos dessas bolsas, com exceção da mexicana, a BM&FBovespa pretende, com essa aproximação, oferecer às bolsas dois produtos que podem ter peso no momento das negociações: a clearing integrada com o novo sistema de risco e a plataforma de negociação eletrônica Puma.

A intenção da Bolsa brasileira é adquirir uma participação até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%.

Ao final desse processo, a Bolsa busca se tornar um centro de liquidez da região, atraindo, assim, fundos de pensão da região que operam hoje apenas em Nova York ou Londres, e também de empresas, que acabam acessando outros mercados que não o da América Latina.

Nesta quinta-feira, 14, ao divulgar o seu resultado trimestral, a Bolsa destacou que o investimento de 8,3% na bolsa de valores do Chile somou R$ 43,6 milhões.

Aberturas de capital

De acordo com Edemir, a estreia da Par Corretora na bolsa de valores poderá marcar o início de outras aberturas de capital para o segundo semestre do ano.

A Par Corretora, que é o braço de distribuição da Caixa Seguros, arquivou nesta semana na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu prospecto para oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

O cronograma divulgado ao mercado estabelece o fim da apresentação aos investidores e fixação dos preços das ações logo no início de junho.

O executivo disse que o investidor estrangeiro já está mais otimista em relação ao Brasil e destacou o fluxo de entrada de capital estrangeiro na bolsa neste início de ano, o que acaba trazendo um viés mais positivo para a realização de ofertas ao longo do segundo semestre.

Edemir lembrou que historicamente, na média, os investidores estrangeiros ficam com cerca de 70% de todas as grandes colocações de ofertas de ações que ocorrem no País.

"A operação anunciada pela Par Corretora tem um investidor âncora mas é importante que saia a operação, que traz uma cara nova para o segundo semestre. Com essa virada já sentida por parte do investidor estrangeiro temos tudo para estrear com a Par e ter mais alguma operação até o fim do ano", disse.

Além da Par Corretora, a Caixa Seguros também já anunciou que fará sua oferta, que deverá ocorrer no terceiro trimestre, após o fim das férias no Hemisfério Norte.

Além dela, tendo em vista apenas estatais, a reportagem apurou sobre o interesse de abertura de capital do IRB e da Infraero. Os IPOs de companhias estatais vêm na esteira da necessidade do governo de levantar capital, em meio ao ajuste fiscal.

Entre empresas privadas, no ano passado fizeram pedido para IPO a Azul e a JBS Foods, entre outras.

Edemir disse também que existe hoje entre os investidores brasileiros um pessimismo exagerado com a economia. "Existe um excesso que não encontra correspondência com os fatos, é óbvio que há dificuldades pela frente, a inflação está alta e o nível de atividade em queda", destacou. No entanto, segundo ele, o País passa por um momento de correção, com o ajuste fiscal em curso.

"Essa guinada já foi percebida pelos investidores estrangeiros", destacou o executivo, lembrando sobre o forte fluxo externo que entrou na bolsa nos primeiros meses deste ano.

"Na bolsa não há tempo para pessimismo e temos confiança na capacidade do País", disse.

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