Black Friday deve movimentar 3,2 bilhões de reais
Se nos Estados Unidos o feriado é tradicionalmente voltado ao varejo físico, por aqui as promoções são mais fortes na internet
Karin Salomão
Publicado em 23 de novembro de 2018 às 06h47.
Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 11h13.
Desde a meia-noite está aberta a corrida pelas promoções da Black Friday , data que já se consolidou como o evento mais importante para o comércio eletrônico no Brasil e a segunda data mais relevante para o varejo total, atrás apenas do Natal. No entanto, em comparação a outros países, nossa temporada de vendas ainda fica pequena.
O comércio varejista deve movimentar 3,27 bilhões de reais durante as promoções, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com o site oficial da Black Friday, a data deve movimentar mais de 2,5 bilhões de reais em vendas apenas no comércio eletrônico, crescimento de 19% em relação ao ano anterior. O valor é pequeno em comparação com o país natal da Black Friday.
Nos Estados Unidos, o dia de Ações de Graças e a Black Friday movimentaram 7,9 bilhões de dólares, enquanto a Cyber Monday, segunda-feira seguinte, atingiu um recorde de 6,6 bilhões de dólares no ano passado.
De acordo com a National Retail Federation (Federação Nacional de Varejo), as vendas na temporada de compras, que inclui os meses de novembro e dezembro, devem chegar a até 720 bilhões de dólares.
Já na China, o maior feriado de compras é o Dia dos Solteiros, 11 de novembro. No total, a data movimentou cerca de 45 bilhões de dólares. Em apenas 24 horas, o Alibaba, gigante do comércio eletrônico do país, chegou a 27 bilhões de euros em vendas.
Se nos Estados Unidos o feriado é tradicionalmente voltado ao varejo físico, por aqui as promoções são mais fortes na internet. No Brasil, 80% das compras foram feitas pela internet no ano passado. No entanto, essa situação está mudando.
A edição de 2018 será a Black Friday mais offline até então. A compra on-line com entrega na loja física, por exemplo, teve pico de buscas em 2017, de acordo com o Google, e deve se fortalecer esse ano. Por conveniência, tempo de entrega ou para não pagar frete, muitos optam por retirar as compras em loja.
O cenário também está mudando nos Estados Unidos, na medida em que as compras migram para a internet. Cerca de 57% do gasto será feito nas lojas online, contra 36% nas lojas físicas, de acordo com a Deloitte. As vendas online na data devem crescer 14,8%, enquanto as vendas em lojas físicas devem subir apenas 2,17%. Cerca de 60% dos consumidores americanos sequer irão comprar em lojas físicas, contra 40% no ano passado.
Se a Black Friday brasileira seguir as tendências da americana, ainda há muito espaço para crescer.