Negócios

Bertin faz segunda venda de ativos em menos de um mês

Bertin vende dois projetos de energia à MPX, de Eike Batista

Bertin Energia: o Bertin foi multado em 1,2 milhão de reais pela Aneel pelo atraso na entrega de seis usinas (Divulgação)

Bertin Energia: o Bertin foi multado em 1,2 milhão de reais pela Aneel pelo atraso na entrega de seis usinas (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2011 às 18h13.

São Paulo - A MPX Energia anunciou hoje (15/6) a aquisição de dois projetos de energia do Grupo Bertin. Esse é o segundo ativo vendido pela empresa em menos de 20 dias, o outro foram as empresas de higiene e beleza do grupo (Ox, Francis, Neutrox e Phytoderm), vendidas para o JBS por 350 milhões de reais.

Os ativos vendidos hoje integravam o portfólio de 15 usinas que o Bertin teria que entregar em 2013, referentes ao leilão A-5, realizado em setembro de 2008. Do total de 15 usinas, 13 são a óleo e duas - as que a MPX comprou - são a gás. A Petrobras já havia afirmado que não iria fornecer gás para as duas usinas do Bertin.

Por enquanto o cronograma de obras dessas usinas não está atrasado. O mesmo não pode ser dito sobre as concessões que o Bertin ganhou no leilão A-3.  O grupo deveria ter colocado em funcionamento no dia 1º de janeiro desse ano seis usinas referentes a esse leilão, o que ainda não foi feito. A potência das seis usinas somadas representa 1.059 megawatts (cada uma tem 176,5 megawatts de potência).

Pelo atraso no cronograma, o Bertin foi multado em 1,2 milhão de reais pela Aneel. O Bertin ainda não pagou as multas, recebidas no começo de maio e precisa pagá-las até os dias 27 ou 28 de junho - caso contrário, seu nome será incluso no cadastro de inadimplentes (Cadin), o que impossibilita a obtenção de empréstimos no BNDES, por exemplo.

Além da multa da Aneel, por causa do atraso na entrega dessas seis usinas, o Bertin ainda corre o risco de ser desligado do mercado de energia – o que só não acontece porque o grupo está com proteção judicial, segundo informou uma fonte a EXAME.com.

O atraso nessas seis usinas não foi o primeiro do Bertin. Ainda esse ano o  grupo tinha pendências junto à Chesf (Centrais Hidrelétricas do São Francisco), relativas às usinas termelétricas de Maracanaú (CE) e Borborema (PB). Após a venda dos ativos de higiene e beleza do grupo, ele efetuou o pagamento de 220 milhões de reais à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Com o pagamento, a penalidade que o Bertin tinha junto à CCEE – e que superava os 220 milhões de reais – deixou de existir. A CCEE não dá informações sobre as empresas, separadamente, mas afirma que o pagamento reduziu a inadimplência geral na CCEE em cerca de 60%.

Desencontros

A empresa de energia do Bertin já fez parte do consórcio da Usina de Belo Monte, mas anunciou sua saída do consórcio em meio a acusações de que não havia dado garantias financeiras. A Vale entrou em seu lugar.


A Petrobras também disse que exerceu sua opção no contrato de Suape II com o Bertin e que passou a deter o controle de Suape II, para garantir que a obra cumpra o prazo previsto. O grupo Bertin afirma que segue com 80% de Suape II.

E não é só no setor de energia que o Bertin enfrentou problemas. No começo desse ano, o braço de infra-estrutura do Bertin, a Contern, demorou para pagar a outorga relacionada à construção do trecho leste e à operação do trecho sul do Rodoanel – uma licitação que venceu oferecendo um ousado valor para as tarifas. Em março o grupo pagou a outorga de 389 milhões de reais, incluindo correções, e garantiu os recursos de capital próprio para o primeiro ano do trecho Leste do Rodoanel.

Acompanhe tudo sobre:AneelBertinEmpresas

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024