A fortuna do bilionário vem em uma trajetória ascendente acompanhando os resultados da LVMH, grupo do qual detém 50% de participação (Philippe LOPEZ/Getty Images)
Após superar Elon Musk como o homem mais rico do mundo em dezembro, Bernard Arnault, dono do conglomerado de luxo LVMH responsável por marcas como Dior, Tiffany & Co. e Louis Vuitton, rompeu mais uma barreira em sua trajetória profissional. O bilionário francês se tornou a terceira pessoa no mundo a ter a fortuna estimada em mais de US$ 200 bilhões.
Segundo o indíce de bilionários da Forbes em tempo real, a fortuna de Arnault superou o valor e está avaliada em US$ 201 bilhões na manhã desta terça-feira, 10.
Antes, o valor só tinha sido atingido por Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, e Elon Musk, da Tesla e Spacex, superaram a cifra. Bezos foi o primeiro em agosto de 2020 e entre idas e vindas, retomou ao patamar outras duas vezes – em outubro de de 2020 e abril de 2021.
Musk alcançou o valor em 2021 e foi além: chegou a US$ 340 bilhões em 4 de novembro do mesmo ano, acompanhando a evolução das ações da Tesla. Desde então, a maré virou e o bilionário se tornou também a primeira pessoa no mundo a perder mais de US$ 200 bilhões.
A fortuna do bilionário vem em uma trajetória ascendente acompanhando os resultados da LVMH, grupo do qual detém 50% de participação.
A expansão do grupo é sustentado também por movimentações constantes, sempre à procura de negócios para incrementar o portfolio, atualmente com 75 marcas. Um dos casos mais emblemáticos foi a compra da grife americana Tiffany & Co, finalizada nos primeiros de 2021 pelo valor de US$ 15,8 bilhões, a maior negociação da indústria do luxo global.
Nascido em Roubaix, na França, em março de 1949, Arnault é filho de integrantes de grandes indústrias da região e desde adolescente teve interesse pelo ambiente dos negócios. A educação do empresário foi de primeira classe, com passagens pelo liceu de Roubaix e o liceu de Faidherbe em Lille e, mais tarde, pela Ecole Polytechnique, concluindo o curso de engenharia em 1971.
Aos 22 anos, Arnault deu início na sua trajetória profissional na Ferret-Savinel, empresa de engenharia criada pelo pai e que migrou para o setor imobiliário. Com a morte do patriarca, o executivo reposicionou a empresa para o mercado de luxo e logo fez a primeira aquisição, a Financiére Agache.
Conhecido por sua gana de vencer e estratégia agressiva nos negócios, Arnault ganhou alguns apelidos que ajudam revelar a jornada construída pelo atual dono do posto de homem mais rico do mundo. Entre eles, “O Exterminador do futuro”, “Lobo de Cashmere”, “Sun Tzu do Luxo” e o “Maquiavel das Finanças”.
O primeiro, “O Exterminador do Futuro”, surgiu logo que entrou no mercado de luxo, na década de 1980. Ele disputou a licitação pelo Boussac, conglomerado que detinha a marca Christian Dior, e pouco tempo depois de assumir o negócio, demitiu nove mil funcionários e se desfez da maior parte dos ativos da empresa, mantendo a marca Dior.
A conquista do comando da LVMH veio como resultado de uma outra batalha travada pelo executivo, quando ganhou denominações como “o lobo do cashmere” e “Maquiavel das Finanças”, referência a Nicolau Maquiavel, autor do clássico “O Príncipe”.
Em 1989, ele assumiu empresa, resultado da fusão entre a empresa de moda Louis Vuitton e o produtor de bebidas Moët Hennessy, em 1987. Arnault tinha investido no negócio e passou a discordar da gestão de Henry Racamier, reconhecido por vitalizar a Louis Vuitton. Por dentro, mexeu as peças, tirou Racamier do poder e o expulsou do conselho.
A última jogada em que a estratégia de Arnault pode ser acompanhada de perto foi na aquisição da Tiffany & Co. Após a LVMH e a joalheria americana anunciarem um acordo para a transação, veio a pandemia, perda de valor de mercado e trocas públicas de acusações entre as duas companhias. A discussão rendeu a economia de alguns milhões de dólares para a LVMH e os seus acionistas – US$ 420 milhões, precisamente.
Além da fama de negociador ferrenho, Arnault também se notabilizou por seu empenho à filantropia e às causas ligadas ao meio ambiente.
Em 2019, ele doou aproximadamente US$ 11 milhões para ajudar no combate às queimadas na Amazônia. Na pandemia de Covid-19, o bilionário francês transformou parte de algumas de algumas instalações de fabricação de perfumes para a produção de 12 toneladas de álcool em gel, doadas a hospitais de Paris.
Confira abaixo a lista dos 10 homens mais ricos do mundo em 2022: