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Denúncia sobre Belo Monte é "leviana", diz Norte Energia

O consórcio responsável pela construção da hidrelétrica afirmou que a obra cumpre orçamento e que não há provas de irregularidade

Belo Monte, no Pará: senador Delcídio do Amaral acusou consórcio responsável pela obra de receber propinas de pelo menos 30 milhões de reais. (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 16h36.

São Paulo - A hidrelétrica de Belo Monte , que está em construção no Pará , tem o orçamento "rigorosamente dentro do previsto" e não há "sequer uma evidência de irregularidades na execução da obra", afirmou nesta quinta-feira a Norte Energia, responsável pela usina, após o senador Delcídio do Amaral ter dito em sua delação que houve pagamento de propinas no empreendimento.

Em resposta enviada após questionamentos da Reuters, a Norte Energia qualificou de "levianas" as acusações e destacou que "contratos e pagamentos passam por criteriosa análise de auditores internos e a empresa se submete a auditorias periódicas de auditores independentes e dos agentes financeiros".

A hidrelétrica, com investimentos de mais de 25 bilhões de reais, será a terceira maior do mundo quando concluída e tem entre os sócios empresas como Eletrobras , Cemig , Light e Vale , além de fundos de pensão.

A Norte Energia destacou que "não tem nenhuma empresa ligada ao ramo de construção civil entre seus acionistas" e afirmou que a usina vendeu a energia em leilão público, que definiu antecipadamente a tarifa a ser praticada.

"Considerando que a proposta vencedora não é passível de reajuste, somente de correção monetária... se aquele teto não for observado para os investimentos, o empreendimento certamente se inviabiliza", explicou a empresa.

A dona de Belo Monte destacou ainda, sem citar data, que a usina encontra-se "em fase final de testes para pôr em operação sua primeira turbina".

Em sua delação premiada, divulgada oficialmente nesta semana, o senador Delcídio do Amaral (MS) disse que houve propinas de ao menos 30 milhões de reais na construção da usina.

A hidrelétrica do Xingu é um dos projetos de infraestrutura mais controversos do país. Os estudos sobre a usina iniciaram em 1975, mas o projeto foi licitado apenas em 2010.

Desde então, as obras foram paralisadas diversas vezes por ações judiciais e protestos de indígenas e ONGs. Na quarta-feira, trabalhadores da Norte Energia foram liberados após passarem seis dias detidos por índios que negociavam compensações para suas aldeias.

Impsa também nega acusações

A fabricante argentina de equipamentos de energia Impsa também negou que tenha participado de irregularidades ou corrupção para a obtenção de contrato de fornecimento junto a Belo Monte.

"A Impsa rechaça com veemência qualquer insinuação de que tenha praticado atos de corrupção ou promovido pagamentos ou doações ilegais a autoridades, políticos e partidos', afirmou a empresa em nota à Reuters nesta quinta-feira.

A empresa afirmou ainda que, ao entrar na disputa entre fornecedores pelos contratos de Belo Monte, "ajudou a reduzir substancialmente os preços ofertados pelo outro consórcio, que terminou responsável pelo fornecimento dos demais equipamentos".

A Impsa forneceria parte das turbinas e geradores para Belo Monte, em contrato de 816,8 milhões de reais, enquanto um consórcio formado por Alstom, Voith e Andritz fechou a venda do restante das turbinas e geradores no valor de 3,5 bilhões de reais.

Em julho do ano passado, no entanto, o grupo formado por Alstom, Voith e Andritz fechou contrato para tomar a parte da Impsa na obra, após a empresa argentina ter entrado em recuperação judicial.

Segundo conteúdo da delação do senador Amaral, teria havido "influência direta" do falecido ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em favor da entrada da Impsa no grupo de fornecedores de Belo Monte, e a empresa depois teria mostrado "inaptidão... em fazer frente a um desafio dessa envergadura".

A Impsa disse em sua resposta que "são inverídicas as assertivas do senador sobre a inaptidão" da empresa.

"A propósito, o contrato em referência é atualmente objeto de litígio entre... Impsa e a Norte Energia, em decorrência de medidas antijurídicas tomadas por parte da contratante... discussão que certamente inexistiria, por razões de natureza lógica... em hipótese de qualquer tipo de vantagem", disse a Impsa em nota, sem detalhar.

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São Paulo - A hidrelétrica de Belo Monte , que está em construção no Pará , tem o orçamento "rigorosamente dentro do previsto" e não há "sequer uma evidência de irregularidades na execução da obra", afirmou nesta quinta-feira a Norte Energia, responsável pela usina, após o senador Delcídio do Amaral ter dito em sua delação que houve pagamento de propinas no empreendimento.

Em resposta enviada após questionamentos da Reuters, a Norte Energia qualificou de "levianas" as acusações e destacou que "contratos e pagamentos passam por criteriosa análise de auditores internos e a empresa se submete a auditorias periódicas de auditores independentes e dos agentes financeiros".

A hidrelétrica, com investimentos de mais de 25 bilhões de reais, será a terceira maior do mundo quando concluída e tem entre os sócios empresas como Eletrobras , Cemig , Light e Vale , além de fundos de pensão.

A Norte Energia destacou que "não tem nenhuma empresa ligada ao ramo de construção civil entre seus acionistas" e afirmou que a usina vendeu a energia em leilão público, que definiu antecipadamente a tarifa a ser praticada.

"Considerando que a proposta vencedora não é passível de reajuste, somente de correção monetária... se aquele teto não for observado para os investimentos, o empreendimento certamente se inviabiliza", explicou a empresa.

A dona de Belo Monte destacou ainda, sem citar data, que a usina encontra-se "em fase final de testes para pôr em operação sua primeira turbina".

Em sua delação premiada, divulgada oficialmente nesta semana, o senador Delcídio do Amaral (MS) disse que houve propinas de ao menos 30 milhões de reais na construção da usina.

A hidrelétrica do Xingu é um dos projetos de infraestrutura mais controversos do país. Os estudos sobre a usina iniciaram em 1975, mas o projeto foi licitado apenas em 2010.

Desde então, as obras foram paralisadas diversas vezes por ações judiciais e protestos de indígenas e ONGs. Na quarta-feira, trabalhadores da Norte Energia foram liberados após passarem seis dias detidos por índios que negociavam compensações para suas aldeias.

Impsa também nega acusações

A fabricante argentina de equipamentos de energia Impsa também negou que tenha participado de irregularidades ou corrupção para a obtenção de contrato de fornecimento junto a Belo Monte.

"A Impsa rechaça com veemência qualquer insinuação de que tenha praticado atos de corrupção ou promovido pagamentos ou doações ilegais a autoridades, políticos e partidos', afirmou a empresa em nota à Reuters nesta quinta-feira.

A empresa afirmou ainda que, ao entrar na disputa entre fornecedores pelos contratos de Belo Monte, "ajudou a reduzir substancialmente os preços ofertados pelo outro consórcio, que terminou responsável pelo fornecimento dos demais equipamentos".

A Impsa forneceria parte das turbinas e geradores para Belo Monte, em contrato de 816,8 milhões de reais, enquanto um consórcio formado por Alstom, Voith e Andritz fechou a venda do restante das turbinas e geradores no valor de 3,5 bilhões de reais.

Em julho do ano passado, no entanto, o grupo formado por Alstom, Voith e Andritz fechou contrato para tomar a parte da Impsa na obra, após a empresa argentina ter entrado em recuperação judicial.

Segundo conteúdo da delação do senador Amaral, teria havido "influência direta" do falecido ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em favor da entrada da Impsa no grupo de fornecedores de Belo Monte, e a empresa depois teria mostrado "inaptidão... em fazer frente a um desafio dessa envergadura".

A Impsa disse em sua resposta que "são inverídicas as assertivas do senador sobre a inaptidão" da empresa.

"A propósito, o contrato em referência é atualmente objeto de litígio entre... Impsa e a Norte Energia, em decorrência de medidas antijurídicas tomadas por parte da contratante... discussão que certamente inexistiria, por razões de natureza lógica... em hipótese de qualquer tipo de vantagem", disse a Impsa em nota, sem detalhar.

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