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BB lucra 18 vezes mais com mídia que com patrocínio cultural

O valor investido é próximo do que o banco gasta por ano para a manutenção das quatro unidades do Centro Cultural do Banco do Brasil, em torno de R$ 50 milhões


	Mídia espontânea: o valor investido é próximo do que o banco gasta por ano para a manutenção das quatro unidades do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em torno de R$ 50 milhões
 (Adriano Machado)

Mídia espontânea: o valor investido é próximo do que o banco gasta por ano para a manutenção das quatro unidades do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em torno de R$ 50 milhões (Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2015 às 13h59.

Brasília - O Banco do Brasil consegue lucrar com mídia espontânea até 18 vezes o valor que investe nos patrocínios culturais. No ano passado, o maior banco do país aportou R$ 49,3 milhões em projetos de cultura.

O retorno em reportagens que mostravam a marca do banco atrelada aos eventos chegou a R$ 900 milhões, segundo estimativa de uma consultoria contratada pelo banco.

Quase a totalidade desses investimentos foi feita via Lei Rouanet. Apenas R$ 300 mil não tiveram renúncia fiscal.

O valor investido é próximo do que o banco gasta por ano para a manutenção das quatro unidades do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em torno de R$ 50 milhões.

O retorno com investimento em cultura é muito superior ao que o banco consegue com patrocínios esportivos. Nos aportes em modalidades esportivas, como o vôlei, o retorno é de duas vezes o investido. Em alguns casos, chega a três e meio, como no handebol.

O patrocínio é usado não apenas como exposição da marca, mas também como estratégia de negócio.

"Temos colocado cada vez mais os centros culturais e eventos patrocinados como grandes diferenciais de relacionamento do banco com os clientes", explica Luís Aniceto, diretor de Estratégia de Marca do BB.

"Não é tão simples executar com maestria. Se der qualquer problema, podemos perder boas oportunidades de negócios", complementa.

O BB abriu edital de sessão de espaço dos quatro CCBBs, pelo qual é possível utilizar a estrutura física de uma das quatro unidades - Belo Horizonte, Brasília, Rio e São Paulo - para apresentação de projetos. Em 2014, as quatro unidades receberam 5,3 milhões de visitantes. Até agosto deste ano, o público já era de 3,5 milhões.

Ao mesmo tempo, também está aberto o edital para seleção de projetos que querem o patrocínio do banco em todo o país. Neste caso, as propostas selecionadas contam com o apoio financeiro do BB para execução dos projetos - não apenas de culturais, mas também ambientais, sociais, esportivos e de negócios.

No ano passado, o BB recebeu 7.670 inscrições. Foram selecionados 404 propostas, das quais 382 apresentadas. O banco investiu R$ 3 milhões nesses projetos.

As inscrições para as duas seleções vão até 8 de novembro.

Os dois editais contam com uma comissão formada por funcionários do banco que analisam as propostas de acordo com alguns critérios, como brasilidade, visibilidade, risco, responsabilidade social, democratização, valorização dos relacionamentos, satisfação dos clientes, criatividade/originalidade, sustentabilidade e acessibilidade.

Para ter o projeto aceito para ser apresentado em um dos CCBBs, também são valorizados o ineditismo e a memória cultural brasileira, a possibilidade de ações multidisciplinares, a relevância cultural e temática e a contribuição ao fortalecimento da diversidade cultural brasileira.

Este é o terceiro ano que o BB abre espaço para que projetos patrocinados por outras empresas se apresentem nos centros culturais.

Foi o caso da turnê batizada de "Os filhos dos caras", com os descendentes de Jair Rodrigues, Tim Maia e Wilson Simonal, com patrocínio dos Correios.

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