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BB e Cielo terão empresa para atuar em cartões

As duas companhias confirmaram que negociam uma associação para a gestão da área de cartões da instituição pública


	Máquina da Cielo: o valor do negócio deve ultrapassar R$ 9 bilhões
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Máquina da Cielo: o valor do negócio deve ultrapassar R$ 9 bilhões (ARQUIVO)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2014 às 09h10.

São Paulo - A aliança entre o Banco do Brasil e a Cielo para atuar no segmento de cartões deve envolver a criação de uma empresa, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Na segunda-feira, 17, as duas companhias confirmaram que negociam uma associação para a gestão da área de cartões da instituição pública.

O valor do negócio deve ultrapassar R$ 9 bilhões e depende do aval do Banco Central, uma vez que a criação de uma nova empresa implica em um rearranjo societário. A operação também terá de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo fontes, para a formação da nova empresa, a Cielo entraria com quase R$ 9 bilhões pela base do BB e o banco público contribuiria com os ativos.

Até o momento, nenhum pleito sobre o assunto foi encaminhado ao Banco Central.

No entanto, a Cielo, que tem aproximadamente R$ 14 bilhões em ativos, já começou a consultar o mercado para uma possível emissão de dívida local para fazer frente à aliança com o BB.

Como tem pouco mais de R$ 460 milhões em caixa, a saída é captar recursos no mercado.

De acordo com fontes, a adquirente pretende lançar uma operação de debêntures de R$ 4 bilhões a R$ 8 bilhões, com prazo superior a cinco anos. A emissão está sendo estruturada pelos acionistas da Cielo (BB e Bradesco) e apresentada a algumas gestoras de recursos.

Prêmio

O valor a ser captado pela Cielo, prazos e taxas ainda não foram definidos. A maior parte da operação, conforme um executivo do mercado, deve ser colocada nas carteiras de Bradesco e BB como empréstimos tradicionais.

O restante, conforme a mesma fonte, será distribuído nas gestoras de recursos (assets) dos dois bancos e a outros investidores.

Entretanto, gestores devem exigir um prêmio para participar da operação, pois, apesar de a Cielo ter bom histórico, o prazo e as atuais condições do mercado tendem a pesar na taxa final.

"Por enquanto, a Cielo está consultando o mercado sobre prazo e remuneração. Com certeza, com um volume grande, a Cielo terá de pagar prêmio para os investidores, a não ser que coloque nas assets dos grandes bancos", diz um gestor de recursos que pediu anonimato.

Ao fim de setembro, a Cielo possuía dívida de R$ 2,3 bilhões. A maior parte é fruto, principalmente da emissão externa feita em 2012 com prazo de dez anos para financiar parte da aquisição da americana Merchant e-Solutions (MeS).

A diferença é que, desta vez, a adquirente deve acessar o mercado local, já que a operação é no Brasil e o cenário para emissões de companhias brasileiras no exterior é desfavorável, pois pesa sobre o preço dos bônus brasileiros a crise da Petrobras.

Se o negócio entre Banco do Brasil e Cielo, cujo anúncio é esperado para os próximos dias, for aprovado por BC e Cade até o fim de dezembro, a operação engordaria o lucro do banco público e os dividendos neste ano a serem pagos em 2015.

Com isso, segundo fontes, ajudaria, principalmente, o governo, seu controlador, a entregar um melhor superávit primário neste exercício.

Com a crise na Petrobras e a postergação da divulgação do seu balanço, o governo terá de contar com outras fontes de recursos para bater sua meta fiscal e, portanto, os dividendos do BB viriam em um momento propício.

Alternativa

Um executivo diz que se a operação não fosse em linha com a ajuda ao governo valeria mais a pena a abertura de capital da área de cartões, assim como o BB fez com seguros, criando a BB Seguridade. Essa hipótese foi levantada no passado, mas não se concretizou.

Desde ontem, as ações de Cielo e BB são destaques de alta no Ibovespa. Ontem, os papéis da adquirente fecharam com alta de 4,74%, a R$ 42. Procurados, Cielo, BB e Bradesco não comentaram. Colaboraram Cynthia Decloedt e Célia Froufe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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