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Barra Energia tem US$1 bi para mais aquisições

A Barra Energia pagou 175 milhões de dólares pela compra de uma participação de 10 por cento da Shell no bloco BM-S-8, em pleno cluster do pré-sal de Santos

Pré-sal garante oportunidades a pequenas e médias (Divulgação/Petrobrás)

Pré-sal garante oportunidades a pequenas e médias (Divulgação/Petrobrás)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2011 às 18h07.

Rio de Janeiro - A Barra Energia, novata no setor de petróleo no Brasil, escolheu uma das regiões mais cobiçadas pela indústria global de óleo e gás para iniciar o desenvolvimento de seu portfólio: o pré-sal da bacia de Santos.

Para o diretor-presidente da empresa, João Carlos De Luca, a compra de uma participação de 10 por cento da Shell no bloco BM-S-8, em pleno cluster do pré-sal de Santos, "foi uma estreia em grande estilo".

"Estar nessa área é o desejo de muitos, por isso mesmo a satisfação de anunciar essa compra", disse De Luca à Reuters nesta terça-feira, algumas horas após a empresa ter tornado público o negócio, o primeiro de vários que deverão acontecer devido ao caixa de 1 bilhão de dólares disponíveis para aquisições.

A Barra Energia pagou 175 milhões de dólares pela fatia no ativo que é operado pela Petrobras, dona de 65 por cento do bloco. Para De Luca, o quadro técnico da Barra foi um dos fatores fundamentais para que, mesmo pequena, a empresa conseguisse entrar no cluster.

"Nossos técnicos são um diferencial importante, com uma equipe doméstica e internacional muito respeitada pelo mercado, que vai abrir oportunidades importantes como esta", disse o executivo.

Além de De Luca, ex-funcionário da Petrobras e há anos presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), a diretoria da empresa conta com Renato Bertani, Cesar Cainelli, Luciano Chagas, também ex-Petrobras, entre outros.

Novas compras -  Criada em maio do ano passado com a entrada de um sócio-investidor --a empresa de private equity First Reserve Corporation, que injetou 500 milhões de dólares--, a Barra Energia tem agora 1 bilhão de dólares para adquirir ativos, informou De Luca.

"Temos visto oportunidades no mercado, estamos analisando, mas ainda não podemos abrir nada. São conversas preliminares enquanto estamos nos preparando para a 11a rodada", disse, referindo-se ao leilão de áreas de petróleo e gás natural do governo brasileiro previsto para ser realizado este ano.


A compra de participações em blocos diretamente com a concessionária, um movimento conhecido como 'farm in', tem sido uma prática comum no Brasil para tentar suprir a falta de licitações públicas.

A última grande rodada para exploração de petróleo ocorreu em 2007.

A pausa nas licitações ocorreu em meio aos esforços do governo anterior para reformar a legislação de petróleo, visando elevar as participações do Estado.

O foco da Barra Energia são as bacias de Campos e Santos, as duas maiores produtoras de petróleo no país.

Confiança na 11ª rodada -  Colocando o chapéu do IBP, De Luca disse que tem feito contatos constantes com autoridades do governo brasileiro que garantem a realização da 11a rodada este ano.

"Estou confiante. Acho que a não aprovação pelo governo até agora foi questão de detalhe de agenda. Tenho estado em contato com autoridades federais e vejo o desejo do governo de promover a 11a rodada", avaliou.

"Talvez no começo de novembro (tenha leilão)", estimou o executivo, "mas essa licitação é importante para atender a expectativa de toda a indústria de petróleo, que está se preparando para participar", afirmou.

Por sua vasta nova fronteira exploratória, o Brasil tem despertado interesse de grupos estrangeiros, representados pelas grandes petroleiras, e também de empreendedores locais.

Entre as novatas brasileiras, estão a OGX, de Eike Batista, a HRT Participações em Petróleo e a Queiroz Galvão Produção e Exploração, todas com ações já sendo negociadas na Bovespa.

A Queiroz Galvão participou da negociação da parte do bloco vendida pela Shell, comprando também 10 por cento de participação que a multinacional tinha no BM-S-8.

A Barra Energia informou ainda não ter planos para uma abertura de capital, mas disse que esse movimento é uma opção em aberto para o futuro.

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