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Barbie já não é mais a musa da Mattel, e os lucros aumentam

Divulgado hoje, balanço da Mattel mostra queda nas vendas da icônica boneca, ao mesmo tempo que linhas como Monster High e American Girl avançam no mercado

Vendas da Barbie, uma das marcas mais famosas da Mattel, caíram 2% de janeiro a março deste ano (Richard Newton/Creative Commons/Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 14h28.

São Paulo - Os dias de glória da icônica Barbie parecem ter ficado para trás. Em balanço divulgado nesta quarta-feira, a Mattel pontuou que as vendas da boneca caíram 2% no mundo todo - e isso em um trimestre em que a gigante de brinquedos viu as vendas líquidas aumentarem 7,2% sobre o mesmo período de 2012, chegando a 995,6 milhões de dólares.

Mas se a longilínea boneca já não atrai as garotas como outrora, a Mattel encontrou outras formas de fisgar o interesse das meninas em um mercado cada vez mais ameaçado pelos jogos virtuais e gadgets. Prova disso foi o aumento do lucro entregue pela empresa até março. A cifra mais do que quadriplicou no trimestre, chegando a 38,5 milhões de dólares.

É verdade que a Mattel foi ajudada por uma base de comparação mais fraca no ano anterior, quando teve que arcar com os custos decorrentes da aquisição da HIT Entertainment. Seja como for, algumas apostas da companhia viram suas vendas subir dois dígitos no início do ano, período tradicionalmente mais fraco para as vendas de brinquedos.

Uma delas já se tornou familiar para os brasileiros: a marca Monster High. Com bonecas que revisitam a imagem de monstros clássicos, como Frankstein e Drácula, vestindo-lhes de irreverentes garotas - Draculaura e Frankie Stein, respectivamente - a franquia também faz sucesso no país. De olho na demanda crescente, a Mattel aumentou em 50% o portfólio de bonecas da linha trazidas ao Brasil no segundo semestre de 2012.

Sucesso

Lá fora, a situação não é diferente. A divisão da qual a Monster High faz parte, batizada de "outras marcas para meninas", registrou um crescimento global de 56% durante os três primeiros meses do ano. No mesmo período, hits de outrora amargaram quedas nas vendas, como a divisão Wheels, de carrinhos (-2%), e Fischer-Price, voltada para bebês (-7%).

Outra linha que caminhou na contramão foi a American Girl, cujas vendas avançaram 32% de janeiro a março. Diferentemente da Barbie, que encarna uma mulher adulta, a American Girl tem dimensões mais avantajadas, com 45 centímetros, e corpo infantil, similar ao de uma criança de nove anos.


Nascida em 1986, a marca foi criada pela Pleasant Company com uma série de versões históricas. A ideia era que as garotas aprendessem sobre o passado dos Estados Unidos sob o ponto de vista de "heroínas" de sua idade. Em 1992, a empresa decidiu lançar uma revistinha da marca. A publicação pegou carona no sucesso do brinquedo - hoje, sua circulação bate em 450.000 unidades por mês.

Em 1995, foi a vez da linha My American Girl vir a público. O tamanho das bonecas permaneceu o mesmo. Mas elas deixaram as roupas de época para adotar um visual mais contemporâneo. As bonecas passaram a ser vendidas com diversos tons de pele, olhos de todas as cores, cabelos crespos e lisos, curtos e longos. Tudo para que as crianças vissem nos brinquedos representações de si mesmas. Até óculos entraram na lista de possibilidades de personalização.

Ausência do Brasil

A investida deu certo: nos seus quase 27 anos de história, a marca já vendeu mais de 23 milhões de bonecas. Além de ser encontrada em lojas de brinquedos, a American Girl conta com estabelecimentos próprios em 15 cidades dos Estados Unidos.

Sob o controle da Mattel - que adquiriu a Pleasant Company em 98 - a marca foi ainda mais longe, com a expansão da rede de varejo, abertura de boutiques e até bistrôs. Ao contrário da linha Monster High, no entanto, que veio para chacoalhar o império da Barbie no Brasil, a American Girl não é importada pela Mattel. Procurada por EXAME.com, a empresa afirmou que, por ora, continua sem planos para trazê-la ao país.

Vendida nos Estados Unidos por cerca de 100 dólares, a American Girl é comercializada no Brasil por importadores, que cobram entre 700 e 900 reais por cada boneca.

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São Paulo - Os dias de glória da icônica Barbie parecem ter ficado para trás. Em balanço divulgado nesta quarta-feira, a Mattel pontuou que as vendas da boneca caíram 2% no mundo todo - e isso em um trimestre em que a gigante de brinquedos viu as vendas líquidas aumentarem 7,2% sobre o mesmo período de 2012, chegando a 995,6 milhões de dólares.

Mas se a longilínea boneca já não atrai as garotas como outrora, a Mattel encontrou outras formas de fisgar o interesse das meninas em um mercado cada vez mais ameaçado pelos jogos virtuais e gadgets. Prova disso foi o aumento do lucro entregue pela empresa até março. A cifra mais do que quadriplicou no trimestre, chegando a 38,5 milhões de dólares.

É verdade que a Mattel foi ajudada por uma base de comparação mais fraca no ano anterior, quando teve que arcar com os custos decorrentes da aquisição da HIT Entertainment. Seja como for, algumas apostas da companhia viram suas vendas subir dois dígitos no início do ano, período tradicionalmente mais fraco para as vendas de brinquedos.

Uma delas já se tornou familiar para os brasileiros: a marca Monster High. Com bonecas que revisitam a imagem de monstros clássicos, como Frankstein e Drácula, vestindo-lhes de irreverentes garotas - Draculaura e Frankie Stein, respectivamente - a franquia também faz sucesso no país. De olho na demanda crescente, a Mattel aumentou em 50% o portfólio de bonecas da linha trazidas ao Brasil no segundo semestre de 2012.

Sucesso

Lá fora, a situação não é diferente. A divisão da qual a Monster High faz parte, batizada de "outras marcas para meninas", registrou um crescimento global de 56% durante os três primeiros meses do ano. No mesmo período, hits de outrora amargaram quedas nas vendas, como a divisão Wheels, de carrinhos (-2%), e Fischer-Price, voltada para bebês (-7%).

Outra linha que caminhou na contramão foi a American Girl, cujas vendas avançaram 32% de janeiro a março. Diferentemente da Barbie, que encarna uma mulher adulta, a American Girl tem dimensões mais avantajadas, com 45 centímetros, e corpo infantil, similar ao de uma criança de nove anos.


Nascida em 1986, a marca foi criada pela Pleasant Company com uma série de versões históricas. A ideia era que as garotas aprendessem sobre o passado dos Estados Unidos sob o ponto de vista de "heroínas" de sua idade. Em 1992, a empresa decidiu lançar uma revistinha da marca. A publicação pegou carona no sucesso do brinquedo - hoje, sua circulação bate em 450.000 unidades por mês.

Em 1995, foi a vez da linha My American Girl vir a público. O tamanho das bonecas permaneceu o mesmo. Mas elas deixaram as roupas de época para adotar um visual mais contemporâneo. As bonecas passaram a ser vendidas com diversos tons de pele, olhos de todas as cores, cabelos crespos e lisos, curtos e longos. Tudo para que as crianças vissem nos brinquedos representações de si mesmas. Até óculos entraram na lista de possibilidades de personalização.

Ausência do Brasil

A investida deu certo: nos seus quase 27 anos de história, a marca já vendeu mais de 23 milhões de bonecas. Além de ser encontrada em lojas de brinquedos, a American Girl conta com estabelecimentos próprios em 15 cidades dos Estados Unidos.

Sob o controle da Mattel - que adquiriu a Pleasant Company em 98 - a marca foi ainda mais longe, com a expansão da rede de varejo, abertura de boutiques e até bistrôs. Ao contrário da linha Monster High, no entanto, que veio para chacoalhar o império da Barbie no Brasil, a American Girl não é importada pela Mattel. Procurada por EXAME.com, a empresa afirmou que, por ora, continua sem planos para trazê-la ao país.

Vendida nos Estados Unidos por cerca de 100 dólares, a American Girl é comercializada no Brasil por importadores, que cobram entre 700 e 900 reais por cada boneca.

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