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Banif indica venda de ações da CSN

Oferta da companhia pela fabricante de cimento Cimpor deve ter efeito negativo sobre preço dos papéis

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Analistas do banco Banif reduziram de "neutro" para "venda" a recomendação para as ações da CSN depois que a companhia anunciou uma proposta hostil de compra de todas as ações da fabricante de cimento portuguesa Cimpor pelo valor de 5,55 bilhões de dólares. Ainda existem incertezas quanto à concretização do negócio, mas, para o banco, essa indefinição pode ter um impacto negativo para a siderúrgica brasileira.

A CSN está oferecendo 5,75 euros por ação da Cimpor. Para o Banif, que tem origem portuguesa assim como a Cimpor, a CSN deve conseguir comprar 50% mais uma ação da fabricante de cimentos. Entretanto, o sucesso nas negociações depende de um acordo com a incorporadora Teixeira Duarte, principal acionista da Cimpor. Já que a empresa francesa Lafarge, que detém participação na Cimpor, teria pouco a ganhar ao aderir à oferta.

A Cimpor opera em 13 países de quatro continentes e possui importantes posições nos mercados de Brasil, Egito, China, Espanha, Turquia, África do Sul, Tunísia, Marrocos, Índia e Peru.

Mercado
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (21/12), os analistas do Banif destacam que, embora muitos investidores ainda vejam a CSN como uma empresa que opera exclusivamente no setor de siderurgia, a companhia já tem procurado diversificar sua área de atuação, entrando no setor de mineração e buscando acesso ao mercado de cimento. Vale lembrar que a CSN anunciou em 2009 um investimento de 360 milhões de dólares na construção de uma planta para fabricação de cimento, que terá uma capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas.

Para os analistas, com a aquisição da Cimpor, a CSN “apressaria agressivamente” sua entrada no mercado doméstico de cimento e competiria pelo terceiro lugar na produção, atrás das fabricantes Votorantim e Nassau e já pouco à frente da Camargo Corrêa. “Acreditamos que as ações da companhia reagirão negativamente no curto prazo à exposição ao mercado de cimento, embora devam se mover alinhadas com o Ibovespa pelos próximos 12 meses, devido à recuperação do crescimento da economia brasileira e da demanda doméstica por aço”, diz o relatório.

O maior risco considerado pelo Banif é o fato da decisão da CSN de diversificar seus negócios apresentar uma alta probabilidade de a empresa alcançar um endividamento elevado. “Ao dar prioridade a este projeto, a CSN poderia colocar em risco sua saúde financeira em detrimento da futura expansão de seu negócio de minério de ferro, o qual apresenta uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) maior que o negócio de cimento”, afirmam os analistas.

Às 14h41, as ações da CSN (CSNA4) operavam em queda de 0,05%, negociadas a 55,38 reais. O Ibovespa registrava alta de 0,83%, aos 67.347 pontos.
 

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