Bancos sobem tarifas para compensar despesas com provisões
Bancos brasileiros aumentaram tarifas de serviços básicos para compensar as reservas contra calotes de grandes empresas e consumidores
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2016 às 14h37.
Os bancos brasileiros estão cobrando mais pelos serviços que oferecem, da emissão de talão de cheques à anuidade dos cartões de crédito , para ajudar a cobrir perdas com empréstimos ruins.
Isso elevou a diferença entre as tarifas dos serviços bancários e a taxa de inflação do país ao maior nível em mais de quatro anos.
As tarifas dos serviços bancários, que vêm aumentando mais rapidamente do que a inflação medida pelo IPCA desde agosto de 2015, acumulam alta de 11,5% em 12 meses até julho deste ano, maior spread em quase cinco anos, segundo dados do IBGE. O índice ficou 2,8 pontos percentuais acima do IPCA.
No momento em que o Brasil enfrenta sua pior recessão em mais de um século, muitas empresas e consumidores estão pagando suas dívidas com atraso.
Ao mesmo tempo, tomadores de empréstimos evitam novos créditos porque a taxa básica de juros do país está no maior patamar em 10 anos. As provisões do setor bancário chegaram a 6,3% do total de empréstimos em junho, maior nível em cinco anos, enquanto a taxa de inadimplência de 90 dias foi de 5,6%, perto de níveis recorde, segundo o Banco Central.
As tarifas são uma das poucas alavancas que os bancos podem usar para compensar a diminuição do lucro e da receita em outros negócios.
A receita com serviços deve crescer até 11% neste ano, segundo estimativas do Banco do Brasil e do Bradesco, quase quatro pontos percentuais acima das estimativas de inflação, segundo a pesquisa Focus do BC.
Maior ainda
“Ainda há espaço para crescimento acima da inflação por alguns anos”, disse Tito Labarta, analista do Deutsche Bank em Nova York, em entrevista por telefone, em referência às tarifas bancárias. “Elas não continuarão subindo a um ritmo tão forte, mas certamente é possível aumentá-las a um nível próximo de 10%", disse.
Os resultados do Itaú Unibanco, maior banco da América Latina em valor de mercado, superaram as estimativas dos analistas no segundo trimestre com base em tarifas de serviços que compensaram o aumento das provisões para empréstimos ruins.
As tarifas do BB, maior banco da região em ativos, aumentaram 13% por cento no segundo trimestre na comparação anual e as do Bradesco, 8,3% no período.
“O aumento das receitas com tarifas divulgado em seu balanço não ocorre apenas pelo aumento de preços, mas principalmente pelo maior relacionamento com sua base de clientes, por meio do crescimento do consumo de produtos e serviços”, disse o BB, que tem sede em Brasília, em resposta enviada por e-mail.
“O banco realiza continuamente estudos de evolução de valores de tarifas e pacotes de serviços e promove eventuais atualizações assegurando que os preços praticados estejam entre os mais competitivos do mercado”.
Representantes do Bradesco e do Itaú preferiram não comentar sobre as tarifas.
Os bancos brasileiros estão cobrando mais pelos serviços que oferecem, da emissão de talão de cheques à anuidade dos cartões de crédito , para ajudar a cobrir perdas com empréstimos ruins.
Isso elevou a diferença entre as tarifas dos serviços bancários e a taxa de inflação do país ao maior nível em mais de quatro anos.
As tarifas dos serviços bancários, que vêm aumentando mais rapidamente do que a inflação medida pelo IPCA desde agosto de 2015, acumulam alta de 11,5% em 12 meses até julho deste ano, maior spread em quase cinco anos, segundo dados do IBGE. O índice ficou 2,8 pontos percentuais acima do IPCA.
No momento em que o Brasil enfrenta sua pior recessão em mais de um século, muitas empresas e consumidores estão pagando suas dívidas com atraso.
Ao mesmo tempo, tomadores de empréstimos evitam novos créditos porque a taxa básica de juros do país está no maior patamar em 10 anos. As provisões do setor bancário chegaram a 6,3% do total de empréstimos em junho, maior nível em cinco anos, enquanto a taxa de inadimplência de 90 dias foi de 5,6%, perto de níveis recorde, segundo o Banco Central.
As tarifas são uma das poucas alavancas que os bancos podem usar para compensar a diminuição do lucro e da receita em outros negócios.
A receita com serviços deve crescer até 11% neste ano, segundo estimativas do Banco do Brasil e do Bradesco, quase quatro pontos percentuais acima das estimativas de inflação, segundo a pesquisa Focus do BC.
Maior ainda
“Ainda há espaço para crescimento acima da inflação por alguns anos”, disse Tito Labarta, analista do Deutsche Bank em Nova York, em entrevista por telefone, em referência às tarifas bancárias. “Elas não continuarão subindo a um ritmo tão forte, mas certamente é possível aumentá-las a um nível próximo de 10%", disse.
Os resultados do Itaú Unibanco, maior banco da América Latina em valor de mercado, superaram as estimativas dos analistas no segundo trimestre com base em tarifas de serviços que compensaram o aumento das provisões para empréstimos ruins.
As tarifas do BB, maior banco da região em ativos, aumentaram 13% por cento no segundo trimestre na comparação anual e as do Bradesco, 8,3% no período.
“O aumento das receitas com tarifas divulgado em seu balanço não ocorre apenas pelo aumento de preços, mas principalmente pelo maior relacionamento com sua base de clientes, por meio do crescimento do consumo de produtos e serviços”, disse o BB, que tem sede em Brasília, em resposta enviada por e-mail.
“O banco realiza continuamente estudos de evolução de valores de tarifas e pacotes de serviços e promove eventuais atualizações assegurando que os preços praticados estejam entre os mais competitivos do mercado”.
Representantes do Bradesco e do Itaú preferiram não comentar sobre as tarifas.