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Backer foi irresponsável e contaminação não foi só pontual, diz Ministério

Em 2019, sete pessoas morreram e 22 sofreram intoxicações devido aos vazamentos de produtos tóxicos na cervejaria

Backer: companhia está fechada desde janeiro, por determinação do Ministério da Agricultura (Washington Alves/Reuters)

Backer: companhia está fechada desde janeiro, por determinação do Ministério da Agricultura (Washington Alves/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 09h35.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 09h53.

O Ministério da Agricultura divulgou na terça-feira, 4, o relatório final sobre as ações fiscais realizadas na cervejaria Backer após casos de contaminação da bebida da empresa, informou a pasta em nota na noite de terça-feira. Segundo o ministério, o relatório confirma a ocorrência de contaminações por monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) desde janeiro de 2019 em cervejas produzidas pela marca.

"Isso afasta a possibilidade de este ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria", informa a pasta.

Além disso, o relatório ressalta que essas substâncias tóxicas não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de fabricação da bebida.

A apuração indicou também que a Backer adotou "práticas irresponsáveis" ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável.

"A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes", informou o relatório, acrescentando que "as contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria".

Cita, além disso, que a cervejaria Backer seguirá interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção da bebida no local.

A companhia está fechada desde janeiro, por determinação do Ministério da Agricultura, e teve seus produtos recolhidos, tanto na empresa quanto no comércio de Minas Gerais, somando 79 48 mil litros de cerveja de várias marcas e diversos lotes, sendo 56,65 mil garrafas com riscos aos consumidores.

"No Espírito Santo, os resultados das análises indicaram 9.047 garrafas de cerveja contaminada retiradas dos mercados, totalizando 5,42 mil litros", diz a pasta.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido um posicionamento dos citados.

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