EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 12h13.
São Paulo – Embora enfrente uma concorrência cada vez maior, a B2W segue como a líder do mercado brasileiro de vendas online. Dona de marcas poderosas na rede, como o Submarino.com, Americanas.com, Ingresso.com e Shoptime, a B2W detém cerca de 35% do segmento. Mas o mercado está mudando, e seus impactos sobre a empresa são cada vez maiores.
Há tempos, a B2W vem perdendo mercado com o avanço de sites especializados e com a maior concorrência do varejo tradicional em seu quintal. E a má notícia é que essa retração deve continuar. Um exemplo é o que ocorre nos Estados Unidos, um dos mercados mais maduros do comércio eletrônico. Lá, a Amazon, maior varejista online do mundo, também viu sua fatia encolher. Hoje, a empresa detém apenas 9% do segmento. É verdade que, como o mercado americano é bem maior (cerca de 260 bilhões de reais), o seu faturamento também é considerável: 24 bilhões de reais.
A maior concorrência e a “guerra de preços” estimulada pelos sites que comparam ofertas atingem diretamente os resultados da B2W. De acordo com a analista Juliana Campos, da corretora Ativa, a empresa continuou entregando fraco crescimento de receitas e redução de margem bruta, resultado do atual cenário competitivo no terceiro trimestre.
Foco na rentabilidade
“No entanto, a varejista continua mostrando boa contenção de despesas, o que está sendo fundamental para a manutenção do patamar de rentabilidade em termos de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). As despesas financeiras e as outras despesas operacionais continuam sacrificando o lucro líquido da companhia, que foi de apenas 2,5 milhões de reais, apesar de ebitda de 126,5 milhões de reais”, afirmou Juliana em relatório.
Segundo a B2W, o resultado se deveu especialmente aos ajustes a valor presente (AVP) de mercadorias que, no ano, passado, tiveram impacto positivo sobre os números. No acumulado do ano, o lucro líquido da B2W foi de 11,8 milhões de reais, uma queda de 65%.
Para os especialistas, não há muito que a B2W possa fazer para evitar a perda de mercado. Antes nadando de braçada no imenso oceano azul do e-commerce brasileiro, a companhia assiste a um processo inverso ao de outros segmentos que estão se consolidando e reduzindo o número de competidores.
Embora grandes marcas do varejo online, como o Pontofrio.com e casasbahia.com.br, estejam se concentrando nas mãos de grupos fortes, como o Pão de Açúcar, a rede é bastante permeável a novas ideias, como os sites de comparação de preços e, agora, os sites de compras coletivas. A B2W deve continuar a ser um rival importante na internet, mas seu reinado absoluto será cada vez mais contestado.