Exame Logo

Avianca registra perda de US$ 475,9 milhões no primeiro semestre de 2019

No mesmo período do ano anterior, a companhia aérea colombiana apresentou uma perda de R$ 31 milhões em seu balanço semestral

Avianca: companhia aérea colombiana divulgou balanço nesta quinta-feira (15) (Oscar Garces/AGB Photo/Exame)
E

EFE

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 15h27.

Bogotá — A Avianca Holdings registrou uma perda líquida de US$ 475,94 milhões no primeiro semestre do ano, enquanto no mesmo período de 2018 o montante foi de US$ 31,9 milhões, segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira, 15, pela companhia aérea colombiana.

As perdas no segundo trimestre acumularam US$ 408,028 milhões, que somadas aos US$ 67,9 milhões de janeiro, fevereiro e março, chegam ao total de US$ 475,940 milhões.

Veja também

As receitas operacionais da Avianca Holdings ficaram no segundo semestre de 2019 em US$ 1,1 bilhão, uma queda de 6,9% com relação aos primeiros três meses do ano.

O lucro operacional, medido pelo indicador Ebit, foi de US$ -36 milhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, desvalorização e amortizações (Ebitda) foi de US$ 116,4 milhões, com uma margem de 10,5%, detalhou a Avianca Holdings em comunicado.

"As despesas operacionais apresentaram um forte aumento devido à deterioração do valor contábil da frota que foi classificada como disponível para a venda (10 Embraer 190, 10 A318 e 4 A320)", explicou a companhia.

"Dado que o valor esperado de venda seria menor do que o registrado em livros contábeis da empresa, por normas contábeis esta diferença é assumida como uma maior despesa dentro da conta de Depreciação e Amortização, o que aumentou as despesas da companhia sem que isto implique em uma saída de caixa".

O presidente da Avianca Holdings, Anko Van der Werff, afirmou que a prioridade da companhia é ter "melhores resultados" e para isso, foram tomadas "decisões difíceis" que são "indispensáveis para mudar o rumo" da empresa, assim como para "fazê-la competitiva, rentável e com os melhores padrões de serviço".

Por outro lado, as companhias aéreas da Avianca Holdings transportaram 7,5 milhões de passageiros no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 2,7% com relação ao mesmo período do ano passado.

Isso supôs uma ocupação de 81,1% em abril, maio e junho, meses nos quais a companhia aumentou sua capacidade medida em cadeiras disponíveis por quilômetro voado em 4,7%.

Os viajantes pagos por quilômetro voado cresceram 4,1%, acrescentou a companhia.

O diretor financeiro da Avianca Holdings, Adrián Neuhauser, manifestou que a direção da companhia "tem como prioridade melhorar os números e fortalecer a confiança de nossos clientes e do mercado".

"Focamos os esforços em endireitar a dívida e consolidar nossa estrutura de capital, enquanto ajustamos a operação e melhoramos a entrega do serviço. Nas semanas que levamos na companhia, redesenhamos a rede, começando pelo cancelamento de 25 rotas não rentáveis; vendemos 24 aviões da nossa frota e continuamos com a desinvestimento em negócios não estratégicos", acrescentou.

Isto faz parte da estratégia "Avianca 2021", que procura fortalecer a competitividade da companhia ao implementar ajustes financeiros, otimizações operacionais, simplificação de frota e venda de ativos não estratégicos.

A companhia também afirmou que a United Airlines e a Kingsland Holdings, seus "aliados estratégicos", reiteraram a proposta de financiamento de até US$ 250 milhões.

Da mesmo forma, a Avianca anunciou na quarta-feira a "oferta de troca" para mudar os bônus de US$ 550 milhões com vencimento em 2020 a outras garantias que "automaticamente se estenderão por um prazo de três anos a mais, quando acabar o financiamento com a United Airlines e a Kingsland Holdings".

A Avianca Holdings está imersa em um processo de mudanças na estrutura administrativa que incluiu em maio a saída da presidência do empresário brasileiro Germán Efromovich como consequência de um acordo com a companhia americana United Airlines.

Em 24 de maio, a United decidiu exercer seus direitos na Avianca Holdings com base no empréstimo de US$ 456 milhões feito em novembro de 2018 à BRW Aviation, empresa do grupo Sinergy, acionista majoritária da Avianca e no qual foram dadas como garantia as ações desta na firma colombiana.

Essa operação fortaleceu a posição da Kingsland Holdings Limited, segundo acionista do grupo, que decidiu renovar o conselho administrativo da companhia, presidida desde então por Roberto Kriete, empresário salvadorenho do Grupo Taca.

A Avianca Holdings é integrada pelas companhias aéreas Avianca e Tampa Cargo (Colômbia), Aerogal (Equador) e as companhias do Grupo Taca Internacional Airlines baseadas na América Central e no Peru. EFE

Acompanhe tudo sobre:AviancaBalançosPrejuízo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame