Avianca: a companhia brasileira está em recuperação judicial desde o final do ano passado (Pilar Olivares/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de maio de 2019 às 12h41.
Última atualização em 17 de maio de 2019 às 12h48.
São Paulo - Em nota, a Avianca informou que "entende e respeita a manifestação de parte de seus colaboradores" e "não está medindo esforços para cumprir as etapas de seu Plano de Recuperação Judicial e garantir suas obrigações com seus funcionários". Funcionários da Avianca protestam nos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro) desde às 6 horas desta sexta-feira (17).
Entre as reivindicações dos tripulantes, estão a regularização dos salários e o pagamento de diárias. A companhia, que possuía 13,77% do mercado brasileiro, entrou em recuperação judicial no final do ano passado e, desde então, tem cancelado grande parte dos seus voos.
A empresa acrescentou ainda que a segurança operacional de seus voos continua sendo sua principal prioridade e está totalmente mantida. "Os passageiros em voo continuam tendo à disposição todos os serviços e atendimentos que, eventualmente, precisem. Estamos totalmente empenhados em minimizar ao máximo o impacto a seus passageiros."
A paralisação foi anunciada na última segunda-feira pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e deve permanecer até que a companhia atenda às reivindicações.
"Lamentamos ter que tomar uma atitude drástica, mas a categoria não pode ficar nesta situação, já que isso afeta a segurança de voo. Nós contamos com o bom senso da Avianca para que transtornos sejam evitados", afirmou, em nota, o presidente do SNA, comandante Ondino Dutra.
O sindicato informou ainda que a companhia iniciou, no começo da semana, uma redução do quadro de tripulantes, e que cerca de 900 funcionários devem ser demitidos. Além da regularização dos salários, o grupo reivindica o pagamento de diárias, de vale alimentação e dos depósitos de FGTS.
Por volta das 10h30 desta sexta-feira, 13 voos da Avianca já haviam sido cancelados, segundo o site da Infraero. Conforme a empresa, os aeroportos operam normalmente e a manifestação ocorre de forma pacífica.
A companhia aérea informou que a decisão de cancelar 13 voos se deu na última quinta, para minimizar os efeitos da greve. Outros sete voos foram cancelados no aeroporto Santos Dumont por conta do mau tempo.
A greve dos funcionários da companhia aérea foi mantida mesmo após a Avianca ter conseguido liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que exigia a manutenção de 60% do serviço da empresa durante o período de greve. O descumprimento da decisão deixa o sindicato sujeito a multa diária de R$ 100 mil, mas, em nota, o SNA informou que vai recorrer da decisão e que manteve a greve "em nome da segurança de voo".
A Avianca afirmou, em nota, esperar que o sindicato "cumpra a decisão da Justiça de manter, ao menos, 60% da operação da companhia, e que os colaboradores que estão se apresentando para trabalhar sejam respeitados e não impedidos de assumir suas funções".