Logo da Oi: a Aurelius desafia a noção disseminada em discussões entre a Oi e um grupo de investidores (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2016 às 17h06.
São Paulo - A Aurelius Capital Management contatou detentores de bônus emitidos por unidades da Oi na Holanda para contestarem as bases para um acordo prévio de reestruturação que reduz substancialmente o valor dos títulos.
A companhia, que detém bônus emitidos pelas subsidiárias da Oi Portugal Telecom International Finance e Oi Brasil Holdings Coöperatief, começou a distribuir uma carta explicando sua estratégia para outros detentores de bônus na sexta-feira.
Na carta, a Aurelius desafia a noção disseminada em discussões entre a Oi e um grupo de investidores assessorado pela Moelis & Co de que os bônus emitidos pela Telemar Norte Leste estão em primeiro lugar na ordem de pagamento em relação aos vendidos pela Oi Brasil Holdings e Portugal Telecom International.
A Aurelius argumenta que as subsidiárias sediadas na Holanda tiveram recursos enviados à Telemar Norte e outras unidades da Oi na forma de empréstimos nos três meses antes da Oi pedir recuperação judicial. Assumir que tais empréstimos não têm apoio de crédito da Oi, como o grupo liderado pela Moelis fez durante as discussões anteriores, é errado, afirma a carta da Aurelius.
Representantes da Oi e da Aurelius não comentaram o assunto.
Em comunicado nesta segunda-feira, o grupo liderado pela Moelis afirmou que a carta da Aurelius é "baseada em informações incompletas e equivocadas sobre a legislação brasileira".
O desentendimento entre os credores está lançando incertezas sobre os valores dos bônus na recuperação judicial por causa da natureza sem garantia da maior parte dos títulos.
O valor dos títulos vendidos pelas duas subsidiárias da Oi na Holanda é de cerca de 24 bilhões de reais, ante os 9,5 bilhões de reais da dívida da Telemar Norte, afirma a Aurelius.
Sob os termos da proposta de reestruturação da Oi liderada pela Moelis, os detentores dos títulos da Telemar Norte Leste receberiam uma taxa de recuperação de 50 por cento de seu investimento ante 17,5 por cento dos detentores das outras dívidas da empresa.
No comunicado desta segunda-feira, o grupo liderado pela Moelis, diz ter 40 por cento dos bônus da Oi, representando cerca de 4 bilhões de dólares em valor de face. O grupo está crescendo, afirma a Moelis, e atualmente detém 70 investidores baseados na Europa, Ásia, Américas e Oriente Médio.
Antes do pedido de recuperação judicial, a proposta liderada pela Moelis previa que os credores da empresa ficariam com 95 por cento da Oi, um plano que irritou alguns importantes acionistas da empresa.