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Áudio da Delta mostra como obter obra pública

Maior empreiteira do PAC, a Delta Construções teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal

Empreiteira teria negociado em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal (Fernando Moraes/Veja SP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 23h29.

Brasília - O áudio de uma reunião do empresário Fernando Cavendish com sócios e executivos da Delta Construções traz novos indícios de como a empresa agiria para obter obras públicas. "Se eu botar 30 milhões na mão de políticos, sou convidado para coisa pra c.". Uma das sete maiores construtoras no ranking do país, a Delta faturou mais de R$ 860 milhões em 2011 em obras diversas que toca nos estados e no governo federal, inclusive no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme levantamento dos órgãos de controle da União.

Divulgado pelo site de notícias políticas QuidNovi, o áudio foi gravado em dezembro de 2008 pelo empresário Carlos Pacheco, ex-sócio e hoje desafeto de Cavendish, dono da empreiteira. Aparentando mostrar poder e prestígio político, o dono da Delta diz que "até por R$ 6 milhões" ele consegue se aproximar de um senador para inserir a empresa em grandes obras federais. "Ó! Nem precisa tanto dinheiro não... eu sou muito competente nisso... senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão", explicou.

Apontada como pivô do esquema criminoso comandado pelo bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Operação Monte Carlo, a Delta era dirigida na região Centro-Oeste pelo executivo Cláudio Abreu, indiciado como um dos principais operadores do esquema.

Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal .

Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no país - revelam que a diretoria da empresa no Rio 'cobrava a fatura' de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.

Em 2010, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões apenas a comitês partidários no país. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT e o restante ao PMDB. Não consta na prestação de contas do governador do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), doação da construtora. Agnelo e a empresa negam a existência de qualquer doação e pressão da empreiteira.

Em nota divulgada nesta segunda à imprensa, o empresário Fernando Cavendish diz que o áudio foi gravado clandestinamente e não expressa a sua opinião. As palavras segundo ele, "foram pronunciadas em tom de bravata em meio a uma discussão entre ex-sócios que, desde então, se enfrentam na Justiça".

Ainda conforme a nota, o trecho divulgado no site é parte editada de uma longa discussão entre os controladores das duas empresas, a Delta e a Sygma, que discutiam os termos de uma dissociação. "O áudio não representa o que a Delta e seus controladores pensam", afirma.

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Brasília - O áudio de uma reunião do empresário Fernando Cavendish com sócios e executivos da Delta Construções traz novos indícios de como a empresa agiria para obter obras públicas. "Se eu botar 30 milhões na mão de políticos, sou convidado para coisa pra c.". Uma das sete maiores construtoras no ranking do país, a Delta faturou mais de R$ 860 milhões em 2011 em obras diversas que toca nos estados e no governo federal, inclusive no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme levantamento dos órgãos de controle da União.

Divulgado pelo site de notícias políticas QuidNovi, o áudio foi gravado em dezembro de 2008 pelo empresário Carlos Pacheco, ex-sócio e hoje desafeto de Cavendish, dono da empreiteira. Aparentando mostrar poder e prestígio político, o dono da Delta diz que "até por R$ 6 milhões" ele consegue se aproximar de um senador para inserir a empresa em grandes obras federais. "Ó! Nem precisa tanto dinheiro não... eu sou muito competente nisso... senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão", explicou.

Apontada como pivô do esquema criminoso comandado pelo bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Operação Monte Carlo, a Delta era dirigida na região Centro-Oeste pelo executivo Cláudio Abreu, indiciado como um dos principais operadores do esquema.

Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal .

Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no país - revelam que a diretoria da empresa no Rio 'cobrava a fatura' de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.

Em 2010, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões apenas a comitês partidários no país. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT e o restante ao PMDB. Não consta na prestação de contas do governador do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), doação da construtora. Agnelo e a empresa negam a existência de qualquer doação e pressão da empreiteira.

Em nota divulgada nesta segunda à imprensa, o empresário Fernando Cavendish diz que o áudio foi gravado clandestinamente e não expressa a sua opinião. As palavras segundo ele, "foram pronunciadas em tom de bravata em meio a uma discussão entre ex-sócios que, desde então, se enfrentam na Justiça".

Ainda conforme a nota, o trecho divulgado no site é parte editada de uma longa discussão entre os controladores das duas empresas, a Delta e a Sygma, que discutiam os termos de uma dissociação. "O áudio não representa o que a Delta e seus controladores pensam", afirma.

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