Audiência entre Odebrecht e Gradin é adiada pela segunda vez
Sucessão de recursos das duas famílias atrasa resolução da maior disputa societária do país
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2011 às 15h47.
São Paulo – A disputa entre as famílias Odebrecht e Gradin está longe de ter uma resolução. A audiência de conciliação que estava marcada para esta quinta-feira (14/7) teve de ser adiada. O motivo: a Justiça baiana não conseguiu julgar a tempo o pedido de suspeição (isto é, de tender em favor a uma das partes) contra a juíza Maria de Lourdes Araújo, da 10ª vara civil da Bahia, que está à frente do caso.
No final de maio, a Odebrecht havia entrado com o pedido de afastamento da juíza por considerá-la favorável à família Gradin. Maria de Lourdes rejeitou o pedido, mas a decisão final caberia ao Tribunal de Justiça do estado. Sem essa decisão, o processo permanece suspenso. Ainda não há previsão para uma nova audiência de conciliação para decidir como o caso será resolvido – por mediação ou por arbitragem, como querem os Gradin.
No final de junho, a família Odebrecht também pediu à Justiça que não sejam pagos à família Gradin os dividendos referentes ao lucro de 2010 da organização. Os Gradin consideraram essa nova ação como uma forma de tumultuar o processo.
É a segunda vez que a Justiça baiana tem que adiar a audiência de conciliação em função de diversos recursos impetrados por ambas as partes. A primeira audiência, marcada para 23 de fevereiro, também foi adiada por causa de recursos protelatórios. Na época, a Kieppe (a holding que representa os Odebrecht) entrou com pedidos de embargo de declaração contra as decisões da juíza. O desembargador José Olegário Monção Caldas foi designado para relatar o caso, mas se afastou depois que advogados da Graal, que representa a família Gradin, questionou a atuação do magistrado no processo.
Na semana passada, foi apresentada na Justiça da Bahia uma petição na qual a Odbinv, controladora do Grupo Odebrecht, pedia para substituir a Kieppe nos processos judiciais contra a Graal. “É um típico caso de abuso de poder de controle”, disse a EXAME.com Luís André de Azevedo, do escritório Carvalhosa e Eizerik, que defende os Gradin. “Eles não podem usar a Odbinv, onde os Gradin têm 20,6%, contra a Graal. Estão agindo contra os próprios acionistas minoritários.”
Dele discorda Francisco Brastos, advogado da Odebrecht. “A Kieppe tem direito de comprar ou ceder os direitos de compra de ações para a Odbinv, como mostra o acordo de acionistas”, afirma. “As ações serão revendidas para os novos líderes empresariais do grupo. Parte dos 150 já entrou. A outra parte está pendente porque as ações não foram transferidas.” Dos 13 acionistas, três são da família Gradin – Victor e os filhos Bernardo e Miguel -- que detém 20,6% da Kieppe, que representa a família Odebrecht. “Com os outros, foi feita a mesma coisa. As ações foram compradas e revendidas para a Odbinv”, conta Bastos.
São Paulo – A disputa entre as famílias Odebrecht e Gradin está longe de ter uma resolução. A audiência de conciliação que estava marcada para esta quinta-feira (14/7) teve de ser adiada. O motivo: a Justiça baiana não conseguiu julgar a tempo o pedido de suspeição (isto é, de tender em favor a uma das partes) contra a juíza Maria de Lourdes Araújo, da 10ª vara civil da Bahia, que está à frente do caso.
No final de maio, a Odebrecht havia entrado com o pedido de afastamento da juíza por considerá-la favorável à família Gradin. Maria de Lourdes rejeitou o pedido, mas a decisão final caberia ao Tribunal de Justiça do estado. Sem essa decisão, o processo permanece suspenso. Ainda não há previsão para uma nova audiência de conciliação para decidir como o caso será resolvido – por mediação ou por arbitragem, como querem os Gradin.
No final de junho, a família Odebrecht também pediu à Justiça que não sejam pagos à família Gradin os dividendos referentes ao lucro de 2010 da organização. Os Gradin consideraram essa nova ação como uma forma de tumultuar o processo.
É a segunda vez que a Justiça baiana tem que adiar a audiência de conciliação em função de diversos recursos impetrados por ambas as partes. A primeira audiência, marcada para 23 de fevereiro, também foi adiada por causa de recursos protelatórios. Na época, a Kieppe (a holding que representa os Odebrecht) entrou com pedidos de embargo de declaração contra as decisões da juíza. O desembargador José Olegário Monção Caldas foi designado para relatar o caso, mas se afastou depois que advogados da Graal, que representa a família Gradin, questionou a atuação do magistrado no processo.
Na semana passada, foi apresentada na Justiça da Bahia uma petição na qual a Odbinv, controladora do Grupo Odebrecht, pedia para substituir a Kieppe nos processos judiciais contra a Graal. “É um típico caso de abuso de poder de controle”, disse a EXAME.com Luís André de Azevedo, do escritório Carvalhosa e Eizerik, que defende os Gradin. “Eles não podem usar a Odbinv, onde os Gradin têm 20,6%, contra a Graal. Estão agindo contra os próprios acionistas minoritários.”
Dele discorda Francisco Brastos, advogado da Odebrecht. “A Kieppe tem direito de comprar ou ceder os direitos de compra de ações para a Odbinv, como mostra o acordo de acionistas”, afirma. “As ações serão revendidas para os novos líderes empresariais do grupo. Parte dos 150 já entrou. A outra parte está pendente porque as ações não foram transferidas.” Dos 13 acionistas, três são da família Gradin – Victor e os filhos Bernardo e Miguel -- que detém 20,6% da Kieppe, que representa a família Odebrecht. “Com os outros, foi feita a mesma coisa. As ações foram compradas e revendidas para a Odbinv”, conta Bastos.