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As piores coisas que os chefes podem dizer aos funcionários

De falsas promessas a elogios mal feitos, veja algumas das piores coisas que um subordinado pode ouvir de sua chefia, segundo especialistas


	Demissão: segundo o headhunter Arthur Vasconcellos, 80% das pessoas que vão até ele em busca de uma vaga estão, na verdade, instatisfeitas com seus chefes
 (Creative Commons)

Demissão: segundo o headhunter Arthur Vasconcellos, 80% das pessoas que vão até ele em busca de uma vaga estão, na verdade, instatisfeitas com seus chefes (Creative Commons)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 18h45.

São Paulo - Esqueça as frases "você está demitido" e "você é incompetente". As piores coisas que um chefe pode dizer aos funcionários podem estar bem longe dos extremos, presentes no dia a dia do trabalho. EXAME.com consultou especialistas e reuniu algumas delas, muitas vezes ditas até mesmo sem a pretensão de soarem negativas. Veja algumas delas:

Fazer promessas que não serão cumpridas

Uma promessa que nunca é concretizada se torna uma mentira. Muitas vezes, ao tentar motivar os funcionários, os superiores acabam prometendo coisas que não vão acontecer, mesmo sem má intenção. "Não tenho dúvidas de que, pior ainda do que fazer a promessa, é não cumprir aquilo que foi acordado", diz o headhunter e sócio da CTPartners, Arthur Vasconcellos. 

Jõao Baptista Brandão, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EASP), da Fundação Getulio Vargas concorda. "A promessa diz respeito à consistência, o caráter de alguém. Há chefes que são como alguns políticos. Primeiro conquistam com algo que não podem cumprir e depois tentam explicar o porquê de não o fazerem. É o famoso 'vamos fazer isso porque lá na frente...'. O efeito é inverso. As pessoas acabam por entender isso como hipocrisia e não se envolvem intensamente porque sabem que o projeto é 'movediço', não tem fundo". 

Dizer que a opinião do funcionário não interessa

Em tempos em que as redes sociais imperam e todos querem se comunicar, ninguém gosta de sentir que realiza uma tarefa só para cumprir a agenda, sem poder participar efetivamente daquele projeto. Segundo Vasconcellos, 80% das pessoas que vão até ele se colocar à disposição para alguma vaga estão instatisfeitas com os seus chefes. "Pode parecer absurdo, mas na semana passada ouvi de uma pessoa que seu chefe tinha dito: 'eu pago o seu salário, então você faz o que eu estou mandando". 


Fazer considerações ou até mesmo elogios usando a palavra "muito"

Muitas vezes a palavra "muito" é usada para enfatizar pontos que o chefe acredita serem positivos. Mas, ainda que seja assim, o funcionário pode se sentir ofendido, segundo o professor Brandão. "Esse 'muito' soa como um julgamento, não como uma avaliação. Por exemplo, dizer 'você é muito técnica, ou muito tímida'". Além disso, de acordo com ele, outras afirmações categóricas podem ser interpretadas como rótulos, como dizer que uma pessoa é "a cara de determinada área". "Isso enclausura, enjaula". 

Dizer frases mal elaboradas

"Aqui todo mundo vai ter oportunidade, inclusive as mulheres". No caso desta frase citada por Brandão, o problema é de "incompetência de linguagem". "A pessoa quer dizer outra coisa e acaba ofedendo porque não compreende o que fala". Também serve como exemplo: "Fulano está se desligando da empresa e estamos procurando outra pessoa para sua vaga. Agora vamos arregaçar as mangas e trabalhar". 

Dizer coisas positivas e depois usar a palavra "mas"

É como dizer "você é excelente no que faz, o relatório que você entregou ontem estava perfeito, mas acho que você é muito tímido com os outros funcionários". Segundo Brandão, mesmo que o "mas" seja usado para mostrar uma coisa pequenina, a informação que vem depois dele é a que fica. "Aí o cara que deveria sair daquela conversa feliz, acaba insatisfeito".

Dizer frases que não carregam significado para quem está ouvindo

São aquelas afirmações que só fazem sentido, de fato, pra quem as faz. Como exemplo, Brandão cita: "'Nosso planejamento estratégico é ótimo, mas lá na ponta acaba não acontecendo. Vamos fazer esse esforço porque é bom para nós'. E as pessoas perguntam: 'bom para quem?' É bom para o chefe, que receberá um bônus pelo atingimento da meta. Mas e para os outros funcionários?". Segundo o professor, esse tipo de frase gera sensação de ironia e faz com que a equipe perca o interesse. "O subordinado pensa: ele quer que eu faça algo que importa para ele, não para mim".

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