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As mudanças na Oxford

Ele fundou a WEG, hoje uma das maiores fabricantes de motores do mundo, aos 32 anos. Agora, aos 75, vai enfrentar um novo desafio à frente da fabricante de cerâmica de mesa Oxford. Quase na hora de vestir o pijama, Eggon João da Silva, seu Eggon, como é chamado em Jaraguá do Sul, resolveu adquirir o controle […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Ele fundou a WEG, hoje uma das maiores fabricantes de motores do mundo, aos 32 anos. Agora, aos 75, vai enfrentar um novo desafio à frente da fabricante de cerâmica de mesa Oxford. Quase na hora de vestir o pijama, Eggon João da Silva, seu Eggon, como é chamado em Jaraguá do Sul, resolveu adquirir o controle da Oxford, uma tradicional fabricante de cerâmica de mesa que em cinco dos últimos 10 anos apresentou prejuízo. "Trabalhar não é sacrifício", diz ele, que já possuía uma participação de 14% na Oxford desde 1986.

Adquirir uma empresa que precisa ser reestruturada, a essa altura do campeonato, torna a história de Eggon ainda mais incomum. Eggon já fez uma revolução na Oxford. A primeira providência foi analisar o mercado. Descobriu que mais de 60% da louça de mesa usada no Brasil é de vidro. Para aumentar a participação da cerâmica, criou três linhas, uma popular, para concorrer com o vidro, uma intermediária, para roubar espaço da porcelana e uma mais sofisticada, para atuar no ramo de presentes finos. "O empreendedor precisa usar sua capacidade intelectual e sua experiência, cercar-se sempre de gente mais preparada que ele e investir nas pessoas", diz Eggon.

A fábrica, localizada em São Bento do Sul e construída em 1954, está passando por grandes reformas para reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos e serviços. "O mais importante é que agora temos estratégia", diz Célio Silva, há 20 anos na Oxford e presidente executivo desde março de 2003. A linha com maior valor agregado, lançada em março deste ano, começou com produção de 30 000 peças por mês. Hoje, são fabricadas mais de 60 000 mensalmente.

A empresa já se ressente da falta de mão-de-obra qualificada. Só este ano, foram contratados 200 novos funcionários. Mais de 660 novos clientes foram conquistados, especialmente depois da criação de um setor de televendas. E os resultados começaram a aparecer rapidamente. No primeiro semestre de 2003, o lucro foi de apenas 120 000 reais. Nos primeiros seis meses deste ano, chegou a 1,8 milhão de reais, dez vezes mais. O faturamento, que foi de 55 milhões de reais em 2003, deve chegar aos 75 milhões este ano.

"Eggon trouxe o entusiasmo de novo e motivou as pessoas", diz Silva. Exatamente o que ele pretendia quando adquiriu o controle da Oxford. "Quando faltam máquinas, você as pode comprar; se não tiver dinheiro, pode pedir emprestado; mas homens, você não pode comprar ou pedir emprestado, e homens motivados por uma idéia são a base do êxito", diz Eggon.

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