Famílias bilionárias expandem fortunas com estratégias diversificadas e planejamento geracional.
Redator na Exame
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 07h42.
Os Waltons, descendentes de Sam Walton, fundador do Walmart, retomaram a liderança entre as famílias mais ricas do mundo em 2024, segundo o ranking da Bloomberg. Com uma fortuna acumulada de US$ 432,4 bilhões (R$ 2,58 trilhões), eles superaram os Al Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos, após um aumento expressivo de 80% nas ações do Walmart ao longo do ano.
O crescimento excepcional da fortuna da família, equivalente a US$ 473,2 milhões (R$ 2,82 bilhões) por dia ou US$ 328.577 (R$ 1,95 milhão) por minuto, reflete a estratégia de longo prazo de Sam Walton. Desde a fundação da Walmart em 1962, ele estruturou a herança para preservar o controle familiar e maximizar o crescimento de sua riqueza.
Os Waltons não estão sozinhos no sucesso em 2024. Outras famílias da lista das mais ricas também experimentaram um aumento em seus patrimônios, impulsionado por mercados robustos. Coletivamente, as 25 famílias mais ricas acumularam um total de US$ 406,5 bilhões (R$ 2,42 trilhões) a mais em 2024.
Entre os novos integrantes da lista estão os Ofers, de Israel, e os Chearavanont, da Tailândia, que expandiram suas fortunas em setores diversificados como transporte marítimo e agronegócios.
Manter a coesão familiar e diversificar os investimentos são estratégias comuns entre essas famílias bilionárias. Os Waltons, por exemplo, administram a maior parte da fortuna por meio da Walton Enterprises, um escritório privado de investimentos que supervisiona a participação familiar na Walmart. Cerca de 70% da fortuna da família continua ligada à rede varejista, enquanto o restante é investido em áreas como artes, esportes e filantropia.
Famílias como os Hermès, Roche e Koch adotam práticas semelhantes, garantindo que seus negócios e investimentos permaneçam sob controle familiar. Essa abordagem também oferece proteção contra conflitos internos e sustenta o crescimento da fortuna ao longo de gerações.
Os Waltons, embora menos envolvidos diretamente na operação do Walmart, continuam expandindo suas atividades. Rob Walton, ex-presidente do conselho da empresa, e sua família adquiriram o time de futebol americano Denver Broncos em 2022 por US$ 4,65 bilhões (R$ 27,72 bilhões). Alice Walton, filha de Sam, investe em um museu de arte em Bentonville, Arkansas, enquanto o neto Lukas Walton financia projetos voltados à sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
Outras famílias também diversificam suas áreas de atuação. A família Ambani, da Índia, lidera a Reliance Industries, com foco em refino de petróleo e petroquímicos, enquanto a família Mars, dos EUA, amplia sua presença no setor de pet care, que já responde pela maior parte de sua receita.
Embora a herança bilionária traga desafios, como a potencial fragmentação de fortunas, as famílias mais ricas continuam a demonstrar que, com governança adequada, é possível manter e até expandir suas riquezas. A união e a gestão estratégica desempenham papéis cruciais, permitindo que essas famílias naveguem com sucesso pelas mudanças econômicas e de mercado.
Em 2024, as dinastias bilionárias não apenas consolidaram seu lugar no topo da economia global, mas também mostraram como o planejamento multigeracional pode preservar legados e impulsionar novos empreendimentos.
A família Walton, fundadora do Walmart, é a mais rica do mundo. O sucesso da rede varejista impulsionou sua fortuna, que cresceu significativamente em 2024 devido à alta de 80% no valor das ações.
A riqueza dos Al Nahyan é sustentada pelas enormes reservas de petróleo de Abu Dhabi. O príncipe herdeiro Sheikh Mohammed bin Zayed lidera os esforços de diversificação econômica.
Os Al Thani comandam Qatar há gerações. Sua fortuna foi construída em grande parte pela exploração de gás natural, transformando o país em um dos mais ricos do mundo.
A família Hermès mantém controle da renomada marca de luxo francesa, famosa por suas bolsas e artigos de couro.
Os Koch controlam um conglomerado industrial com forte presença em energia, produtos químicos e finanças.
A monarquia saudita enriqueceu com o petróleo, mas também diversifica investimentos, incluindo a empresa estatal Saudi Aramco.
A família Mars é conhecida por seus produtos de confeitaria, como M&M’s e Snickers, e pela expansão no setor de cuidados com pets.
Mukesh Ambani lidera a Reliance Industries, um conglomerado com atuação em refino de petróleo, telecomunicações e varejo.
Os irmãos Alain e Gerard Wertheimer controlam a Chanel, marca de luxo fundada por Coco Chanel.
Os Thomsons são donos da Thomson Reuters, gigante da informação e análise de dados financeiros.
Fundadores da Fidelity Investments, os Johnsons lideram no setor de gestão de ativos e fundos de investimento.
Criadores da rede de supermercados Aldi, a família Albrecht é um ícone do varejo europeu.
Os Pritzkers são conhecidos pelo controle da rede de hotéis Hyatt e por seu envolvimento político.
Controladores da Cargill, a maior empresa privada de alimentos e agricultura dos EUA.
Com uma vasta operação marítima, os Ofers também têm investimentos em energia e imóveis.
Descendentes do fundador da Roche, a família se destaca no setor farmacêutico.
Os Hartonos lideram no setor bancário e de tabaco na Indonésia.
A família Quandt é a maior acionista da BMW, uma das principais fabricantes de carros de luxo.
Os Chearavanonts comandam o Charoen Pokphand Group, um conglomerado diversificado que inclui agronegócio e varejo.
Os Duncans são donos da Enterprise Products Partners, uma gigante do setor de energia.
Essas famílias controlam a Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.
Donos da Boehringer Ingelheim, um dos maiores laboratórios farmacêuticos globais.
Os Mistrys são grandes acionistas do grupo Tata Sons, um conglomerado com presença global.
Os Newhouses são donos da Advance Publications, que inclui a Condé Nast e o Reddit.
Os Ferreros são conhecidos pelo Nutella e outros produtos de confeitaria de sucesso global.