Aposta de engarrafadora da Coca-Cola é derrubada por crise
Para os detentores de bonds, a incursão da engarrafadora mexicana Coca-Cola Femsa SAB no Brasil é um tiro que está saindo pela culatra
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2015 às 11h47.
A empresa intensificou as aquisições na maior economia da América Latina em 2013 tentando compensar a perda de receita causada pela aplicação de um imposto sobre a chamada junk food no México .
Mas a estratégia não está funcionando porque a economia do Brasil caminha para sua mais longa recessão desde os anos 1930 e a moeda do país está em queda.
A crescente turbulência é o golpe mais recente para os investidores em bonds da maior engarrafadora franqueada da Coca-Cola no mundo, que no início do ano teve o valor de sua receita na Venezuela reduzido em 95 por cento devido ao colapso da moeda do país.
A Coca-Cola Femsa viu seus juros no exterior subirem a um nível recorde depois que o diretor financeiro da empresa, Hector Trevino, alertou para “circunstâncias muito difíceis” no Brasil no restante do ano “e provavelmente em uma boa parte do ano que vem”, durante uma conferência de lucros, no dia 23 de julho.
A Standard Poor’s estima que a empresa obtenha até 30 por cento de sua receita no país.
“Parece que as coisas não vão bem”, disse Edgar Ruiz, analista da Informa Global Markets, por e-mail, de Nova York. “O Brasil agora é um novo problema para eles”.
Os US$ 900 milhões em bonds da Coca-Cola Femsa com vencimento em 2023 estavam com um yield 1,34 ponto porcentual maior que o dos títulos do Tesouro dos EUA na semana passada, maior porcentual registrado desde sua emissão, em novembro de 2013, mostram dados compilados pela Bloomberg.
A Coca-Cola Femsa, que tem sede na Cidade do México, preferiu não comentar o desempenho dos bonds e a dependência da empresa em relação ao Brasil.
Trevino disse a acionistas, durante a última conferência de lucros, que o volume e as transações caíram 3 por cento no Brasil “como resultado da contínua deterioração da confiança do consumidor e da contração da renda disponível” em meio à alta da inflação e ao aumento do desemprego.
A Coca-Cola Femsa adquiriu a engarrafadora Spaipa SA Indústria Brasileira de Bebidas por US$ 1,86 bilhão em setembro de 2013, três meses depois de ter comprado a empresa engarrafadora e de distribuição Cia. Fluminense de Refrigerantes.
Brasil junk
A S&P, que rebaixou a nota do Brasil para junk no dia 9 de setembro, projeta que a economia do país encolherá 2,5 por cento neste ano e mais 0,5 por cento em 2016.
Os resultados contrastam com uma expansão de apenas 0,2 por cento em 2014. O real despencou 33 por cento em relação ao dólar em 2015, maior queda entre as moedas dos mercados emergentes.
A razão entre dívida e lucros da Coca-Cola Femsa antes de juros, impostos, depreciação e amortização subiu para 2,36 vezes. Está acima da meta de 2 estabelecida pela agência de classificação para a engarrafadora, cuja classificação A- é a quarta nota de investimento mais baixa.
O aumento desse coeficiente de alavancagem é “uma consequência das depreciações”, disse Laura Martínez, analista da S&P, por telefone, da Cidade do México. Entre as desvalorizações das moedas da América Latina, “a registrada no Brasil é a mais forte”.
A empresa intensificou as aquisições na maior economia da América Latina em 2013 tentando compensar a perda de receita causada pela aplicação de um imposto sobre a chamada junk food no México .
Mas a estratégia não está funcionando porque a economia do Brasil caminha para sua mais longa recessão desde os anos 1930 e a moeda do país está em queda.
A crescente turbulência é o golpe mais recente para os investidores em bonds da maior engarrafadora franqueada da Coca-Cola no mundo, que no início do ano teve o valor de sua receita na Venezuela reduzido em 95 por cento devido ao colapso da moeda do país.
A Coca-Cola Femsa viu seus juros no exterior subirem a um nível recorde depois que o diretor financeiro da empresa, Hector Trevino, alertou para “circunstâncias muito difíceis” no Brasil no restante do ano “e provavelmente em uma boa parte do ano que vem”, durante uma conferência de lucros, no dia 23 de julho.
A Standard Poor’s estima que a empresa obtenha até 30 por cento de sua receita no país.
“Parece que as coisas não vão bem”, disse Edgar Ruiz, analista da Informa Global Markets, por e-mail, de Nova York. “O Brasil agora é um novo problema para eles”.
Os US$ 900 milhões em bonds da Coca-Cola Femsa com vencimento em 2023 estavam com um yield 1,34 ponto porcentual maior que o dos títulos do Tesouro dos EUA na semana passada, maior porcentual registrado desde sua emissão, em novembro de 2013, mostram dados compilados pela Bloomberg.
A Coca-Cola Femsa, que tem sede na Cidade do México, preferiu não comentar o desempenho dos bonds e a dependência da empresa em relação ao Brasil.
Trevino disse a acionistas, durante a última conferência de lucros, que o volume e as transações caíram 3 por cento no Brasil “como resultado da contínua deterioração da confiança do consumidor e da contração da renda disponível” em meio à alta da inflação e ao aumento do desemprego.
A Coca-Cola Femsa adquiriu a engarrafadora Spaipa SA Indústria Brasileira de Bebidas por US$ 1,86 bilhão em setembro de 2013, três meses depois de ter comprado a empresa engarrafadora e de distribuição Cia. Fluminense de Refrigerantes.
Brasil junk
A S&P, que rebaixou a nota do Brasil para junk no dia 9 de setembro, projeta que a economia do país encolherá 2,5 por cento neste ano e mais 0,5 por cento em 2016.
Os resultados contrastam com uma expansão de apenas 0,2 por cento em 2014. O real despencou 33 por cento em relação ao dólar em 2015, maior queda entre as moedas dos mercados emergentes.
A razão entre dívida e lucros da Coca-Cola Femsa antes de juros, impostos, depreciação e amortização subiu para 2,36 vezes. Está acima da meta de 2 estabelecida pela agência de classificação para a engarrafadora, cuja classificação A- é a quarta nota de investimento mais baixa.
O aumento desse coeficiente de alavancagem é “uma consequência das depreciações”, disse Laura Martínez, analista da S&P, por telefone, da Cidade do México. Entre as desvalorizações das moedas da América Latina, “a registrada no Brasil é a mais forte”.