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Após gastar R$ 1 milhão em noitada, executivo deixa BTG

As noitadas eram tidas como comuns dentro do banco, e muitas vezes eram feitas para agradar clientes, contam pessoas próximas

Boate Provocateur: executivo não pagou a conta, segundo donos da casa noturna (Divulgação)

Boate Provocateur: executivo não pagou a conta, segundo donos da casa noturna (Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 10h24.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 10h27.

São Paulo - Foram duas noites de baladas regadas a champanhe Dom Pérignon e tequila Patrón Magnum. Drinques caros em qualquer lugar do mundo, mas especialmente em Nova York. Se o ritmo da balada for o de "beber à vontade", a conta pode chegar a R$ 1 milhão.

Esse é, pelo menos, o valor que o executivo Marco Gonçalves, um dos principais negociantes de fusões e aquisições do Brasil, na época no comando da área no banco BTG Pactual, teria gasto nos dias 10 e 11 de junho de 2016 na badalada boate Provocateur, na Big Apple.

E não pagou a conta, dizem os donos do clube. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o episódio custou o emprego do executivo, que deixou o banco na segunda-feira, 6.

A história veio à tona na semana passada, em uma reportagem do jornal New York Daily News. Nos últimos dias, não se falava em outra coisa nos escritórios da Faria Lima, avenida que abriga a maior parte dos bancos de investimento que atuam no Brasil.

Gonçalves teria alegado a amigos que estava contestando o valor, já que estaria na boate com quatro pessoas e seria impossível gastar tal montante. Já os donos da casa, em ação na Justiça, alegam que ele pagava bebidas para "inúmeras pessoas".

Gastou US$ 208 mil na primeira noite e deixou o cartão de crédito em garantia. Na noite seguinte, foram mais US$ 131 mil. Como o cartão foi recusado, o executivo teria assinado nota promissória, se comprometendo a pagá-la até dezembro.

Em nota à imprensa brasileira, Gonçalves disse desconhecer os fatos e que não tinha pendência com o estabelecimento.

Estilo

No mercado, Gonçalves era conhecido por "jogar pesado" para fechar negócios. "Ele é alguém que você quer do seu lado na mesa de negociação", diz um ex-colega.

"Não importa quão complexa era a operação, ele criava estruturas perfeitas para fazer o negócio ficar de pé."

Segundo fontes, era um dos maiores geradores de resultados do banco, mas arrumava atritos com outros sócios.

Não deixou, por exemplo, que ações das empresas de Eike Batista fossem dadas como pagamento de operação feita pelo BTG.

De sua vida pessoal poucos sabem, mas Marcão tem um passado ligado à religião. No banco, era conhecido pelo temperamento forte, mas também por ser piadista.

As noitadas eram tidas como comuns e muitas vezes eram feitas para agradar clientes, contam pessoas próximas.

Procurado, o BTG não comentou. O executivo não retornou os contatos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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