Negócios

Apesar do discurso, Brasil eleva consumo de energia suja

Em 2008, o percentual de utilização do petróleo na matriz energética brasileira cresceu de 45% para 46% enquanto o consumo de energias renováveis caiu

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Apesar do discurso pela busca de sustentabilidade entre empresas e governo ser cada vez mais recorrente, o Brasil aumentou o consumo de energia suja em 2008. O percentual do petróleo na matriz energética brasileira cresceu de 45% para 46% entre 2007 e 2008, segundo o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que participou nesta quinta-feira do fórum "O Novo Cenário Energético Mundial e as Oportunidades para o Brasil", promovido pela revista EXAME em São Paulo. Já o consumo de energias renováveis caiu de 39% para 36%, o que Pires considera "preocupante".

Segundo o consultor, o pesado investimento que a Petrobras deverá fazer na exploração do petróleo no pré-sal pode agravar ainda mais essa situação. Ao priorizar o investimento em energia suja, o Brasil corre o risco de poluir sua matriz energética com o maior consumo de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo.

Além da preocupação ambiental, Pires também criticou o viés estatizante dos projetos enviado pelo governo ao Congresso para regular a exploração no pré-sal. Ele afirmou que a Petrobras não precisava ter garantido o direito de operar todos os blocos por lei porque já tinha competência suficiente para vencer as licitações.

Outro erro teria sido a capitalização da Petrobras com 5 bilhões de barris de petróleo que serão repassados pelo governo. Segundo o consultor, a Petrobras poderia ter buscado no mercado os recursos para a exploração dos blocos do pré-sal. "Os recursos do governo deveriam ter outras prioridades, como a educação", disse. O "nacionalismo exacerbado" do governo pode, segundo ele, levar à perda de investimentos privados de longo prazo. 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

De entregadores a donos de fábrica: irmãos faturam R$ 3 milhões com pão de queijo mineiro

Como um adolescente de 17 anos transformou um empréstimo de US$ 1 mil em uma franquia bilionária

Um acordo de R$ 110 milhões em Bauru: sócios da Ikatec compram participação em empresa de tecnologia

Por que uma rede de ursinho de pelúcia decidiu investir R$ 100 milhões num hotel temático em Gramado

Mais na Exame