Anatel rejeita proposta de TAC da Telefônica
Aprovado em 2016, o TAC da Telefonica previa a troca dos cerca de R$ 5 bilhões em multas por investimentos na rede de banda larga
Agência Brasil
Publicado em 25 de abril de 2018 às 22h25.
Última atualização em 25 de abril de 2018 às 22h31.
Por três votos a dois a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) rejeitou a proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Telefônica . A proposta visava trocar multas aplicadas pela agência por investimentos na rede de banda larga.
Aprovado em 2016, o TAC da Telefonica previa a troca dos cerca de R$ 5 bilhões em multas (em valores corrigidos) por investimentos na rede de banda larga. No entanto, cerca de R$ 450 milhões já foram retirados desse montante, para evitar a prescrição.
O TAC estava em análise da área técnica da Anatel após recomendações de ajustes determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Entre outros pontos, o tribunal contestou os critérios adotados para definir os municípios aptos a receber os investimentos.
A expansão da banda larga por meio de redes de fibra ótica era o principal ponto do TAC em negociação com a Anatel. Pela proposta a empresa trocaria as multas não pagas por investimentos na expansão da rede de banda larga para mais de 100 cidades.
O imbróglio em torno do TAC da Telefônica alcançou seu ápice em março, quando a empresa disse ter desistido de firmar o termo. Entretanto, a Telefônica voltou atrás após resposta da Anatel, afirmando que não caberia possibilidade de firmar novo termo após desistência.
A declaração de desistência do TAC por parte da Telefônica ocorreu após a Anatel dicirdir que cobraria cerca de R$ 700 milhões, em valores atualizados, que constavam do TAC. A agência decidiu retirar a multa do termo de ajustamento devido ao fato de o prazo de pagamento ter prescrito.
A empresa justificou a desistência com o argumento de que a exclusão da multa e de outras que viriam a prescrever causaria desequilíbrio ao acordo, tornando inviáveis os investimentos que a operadora teria que fazer. Ao propor a readequação do TAC, a Telefônica pediu a exclusão das capitais Belém (PA) e Palmas (TO)
Apesar da rejeição, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, disse que o instrumento ainda tem possibilidade de ser aplicado em outros casos. Além da Telefônica, a Anatel analisa Tac's da Tim, da Claro e da Algar.
"Ainda temos processos relacionados a outras empresas, Algar, Tim e Claro, que estão tramitando, dois deles já no Conselho Diretor. Vamos torcer para que eles não esbarrem nas mesmas dificuldades apresentadas aqui", afirmou Quadros.