O E-190 tem capacidade para até 114 passageiros e é operado por companhias como a JetBlue e US Airways e a brasileira Azul (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2011 às 21h05.
São Paulo - O jato E-190, fabricado pela Embraer SA e utilizado por companhias como a US Airways Group Inc., devem ser submetidos a inspeções mais frequentemente depois de a Agência Nacional de Aviação Civil ter encontrado rachaduras em componentes estruturais do avião em testes.
Rachaduras em “componentes estruturais” não especificados foram encontradas após testes de fadiga metálica, segundo documento conhecido como Diretriz de Aeronavegabilidade, publicado no website da Anac. Segundo a agência, as rachaduras poderiam comprometer a integridade do avião. Foi estipulado um prazo de 90 dias, a começar de 16 de junho, para que as novas exigências sejam colocadas em prática.
“Falha em inspecionar estes componentes estruturais, de acordo com as tarefas novas/revisadas e seus respectivos intervalos, pode impedir a detecção, a tempo, das trincas por fadiga”, diz o documento. “Estas trincas, se não endereçadas de maneira apropriada, podem afetar adversamente a integridade estrutural do avião.”
O E-190 tem capacidade para até 114 passageiros e é operado por companhias como as americanas JetBlue Airways Corp e US Airways e a brasileira Azul Linhas Aéreas Brasileiras. Até hoje, a companhia com sede em São José dos Campos, no estado de São Paulo, já entregou 332 aviões desse modelo.
“A Embraer informa que está ciente do assunto e avalia uma solução para efetivar o cumprimento desta AD até o dia 16 de junho”, disse em e-mail a assessoria de imprensa da Embraer.
As ações da Embraer fecharam o dia em alta de 0,9 por cento, cotadas a R$ 12,97, após chegarem a subir 3,1 por cento. No ano, os papéis da fabricante de aviões acumulam alta de 9,9 por cento, contra baixa de 10 por cento do Ibovespa.
Operadores do E-190
A Air Canada não encontrou “anomalias” nas inspeções de seus E-190, disse Angela Mah, porta-voz da companhia que opera 45 aviões desse modelo, segundo informações de seu website.
“A Azul Linhas Aéreas Brasileiras informa que recebeu a diretriz de aeronavegabilidade e irá incluí-la dentro do prazo estipulado em seu programa de manutenção”, segundo e-mail enviado pela assessoria de imprensa da companhia, fundada pelo ex-presidente do conselho da JetBlue, David Neeleman, e que opera 10 E-190.
Porta-vozes da JetBlue e da US Airways não puderam comentar a determinação da Anac imediatamente. A JetBlue tinha 45 dessas aeronaves em sua frota no fim de 2010, segundo um comunicado ao mercado, enquanto a US Airways tinha 15, segundo o website Ascend Online Fleets.
O bi-jato E-190 fez seu primeiro voo em 2004. Atualmente, a Embraer tem 170 pedidos firmes para o modelo, segundo balanço do primeiro trimestre de 2011 enviado à Comissão de Valores Mobiliários em 2 de maio.
Companhias aéreas inspecionam regularmente seus aviões para avaliar a fadiga do metal do qual são feitos por conta do estresse a que alguns componentes são submetidos com as mudanças em pressão atmosférica durante o voo e pelos impactos sofridos durante os pousos.
A Boeing Co. disse no mês passado que teria de aumentar o número de testes de estresse em modelos mais velhos do 737 após rachaduras que surgiram antes do esperado abrirem um rasgo durante o voo na fuselagem de um jato da Southwest Airlines Co. A agência de aviação civil americana determinou que fossem realizadas novas inspeções em alguns modelos de 737, num total de 175 aviões em todo o mundo.