São Paulo, 16 de abril (Portal EXAME) A American Airlines pode pedir concordata nesta quarta-feira. Ontem, os comissários de bordo recusaram as concessões pedidas pela empresa para cortar custos. Faltaram 533 votos, de um total de 19.151, para que a proposta, que prevê uma diminuição de gastos de 340 milhões de dólares, fosse aprovada. A empresa propôs uma redução de 15,6% nos pagamentos, além de mudanças na concessão de benefícios e nas regras de trabalho.

Outros dois sindicatos de trabalhadores aprovaram as propostas da American Airlines, mas para afastar o risco de concordata a empresa havia anunciado que era preciso o acordo dos três grupos. Os pilotos aprovaram corte de 660 milhões de dólares, enquanto os funcionários em terra, como mecânicos e carregadores de bagagem, vão abrir mão de 620 milhões de dólares. A American Airlines deu mais um dia de prazo para que os comissários de vôo revejam sua posição.

A companhia vem sofrendo perdas que totalizaram cerca de 5,3 bilhões de dólares nos últimos dois anos. Na próxima semana ela deve divulgar os dados referentes ao primeiro trimestre deste ano. Os analistas do mercado, segundo o The Wall Street Journal, esperam o anúncio de perdas de aproximadamente 1 bilhão de dólares.

Mesmo que os pilotos revejam a sua posição, o desafio para a companhia aérea continuará sendo grande, considerando o cenário macroeconômico. A economia americana continua desaquecida, as viagens executivas, devido ao seu alto custo, permanecem com baixa procura e a combinação do medo de terrorismo, da guerra no Iraque e da epidemia de SARS têm reduzido o número de passageiros.