Rio de Janeiro - A manutenção do dólar no patamar de 2 reais ou mais deve pressionar os custos da Ambev este ano, afirmou Lucas Lira, da área de Relações com Investidores da empresa.

Segundo o executivo, cerca de 40 % dos custos com cerveja tem alguma ligação com a moeda norte-americana. "Ao se confirmar em 2 reais, o que no último ano tinha sido favorável vai ser negativo", disse ele em palestra durante o Rio Investor Day.

Com o dólar em alta, a pressão sobre os resultados da empresa tende a aumentar, afirmou. "Nosso desafio será compensar (a alta do dólar) com produtividade ou commodities em queda, como alumínio, cevada e açúcar".

Segundo Lira, se o atual patamar do dólar se mantiver até o fim do ano, a Ambev terá de tomar medidas como aumentar a produtividade.

A Ambev registrou aumento de 4 % nas vendas de cerveja no primeiro trimestre e de 7,4 % no segmento de bebidas não-alcoólicas. "Nossa perspectiva é otimista para o segundo semestre, que será melhor que o anterior... o que não está claro é como o crescimento de vendas vai se comportar nos próximos trimestres", disse Lira.

O economista Paulo Leme, do Goldman Sachs, disse no mesmo evento que o dólar entrou em um novo patamar "e não volta mais".

Para ele, a moeda norte-americana deve flutuar daqui para frente entre 1,90 e 2,05 reais.