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Amazon negocia entrega de mercadorias no Brasil, dizem fontes

Parceria com a Azul Linhas Aéreas é o mais recente sinal dos grandes planos da varejista norte-americana no país

Amazon: empresa norte-americana está negociando com a Azul Linhas Aéreas a entrega de mercadorias no Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

Amazon: empresa norte-americana está negociando com a Azul Linhas Aéreas a entrega de mercadorias no Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2018 às 08h38.

São Paulo - A Amazon.com está negociando com a Azul Linhas Aéreas a entrega de mercadorias no Brasil, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters, no mais recente sinal dos grandes planos da varejista norte-americana no país.

A potencial parceria com a Azul, que atende mais de 50 por cento dos destinos brasileiros atendidos pela rival mais próxima, é o sinal mais forte de que a Amazon está alinhando a distribuição para vender produtos diretamente a consumidores em todo o país.

Também mostra que a empresa norte-americana de comércio eletrônico está levando a sério a superação dos notórios desafios logísticos do país, incluindo estradas de má qualidade, problemas de segurança e um território nacional continental.

Representantes da Azul se recusaram a comentar o assunto.

A Amazon disse que não comenta "rumores ou especulações".

A gigante do comércio eletrônico tem entrado lentamente no altamente competitivo mercado de varejo online do Brasil, começando com as vendas de livros eletrônicos em 2012, acrescentando livros físicos dois anos depois e oferecendo vendas terceirizadas de produtos eletrônicos em outubro.

O e-commerce é responsável por cerca de 5 por cento das vendas do mercado de varejo de 300 bilhões de dólares, cerca de metade de sua participação nos EUA. No entanto, as vendas online do Brasil dobraram em quatro anos e devem crescer a um ritmo de dois dígitos nos próximos anos.

Atualmente, a Amazon depende de fornecedores terceirizados para enviar produtos vendidos em seu site brasileiro, mas isso parece estar mudando.

Em fevereiro, a Reuters publicou que a Amazon estava procurando alugar um galpão de 50 mil metros quadrados nos arredores de São Paulo, em um sinal de que o varejista pode trazer armazenamento e distribuição internamente.

Em março, a Reuters informou que a empresa se reuniu com uma série de fabricantes em São Paulo para discutir planos de estocar e vender produtos diretamente.

Ambos os empreendimentos derrubaram as ações dos concorrentes brasileiros de e-commerce, como Magazine Luizae B2W. O MercadoLivre também é rival da Amazon no México e no Brasil.

Com uma parceria com a Azul, a Amazon obteria acesso imediato a uma rede de mais de 100 aeroportos no Brasil, o que indica que as ambições vão além da região metropolitana de São Paulo.

A Azul acumulou uma participação de 18 por cento do mercado brasileiro de viagens aéreas no Brasil na última década, ao operar jatos regionais e aviões turboélice em cidades menores não atendidas por outras operadoras.

A unidade de carga da Azul, Azul Cargo Express, aproveita o a capacidade excedente em seus voos de passageiros para oferecer entregas rápidas tantos em metrópoles quanto em cidades distantes no país.

A empresa oferece serviço porta a porta em mais de 3.200 municípios, além de um serviço especializado de e-commerce, conhecido como Azul Cargo E-Commerce. O hub da Azul, em Viracopos, fica a cerca de 45 minutos de carro do armazém que a Amazon está de olho, na Grande São Paulo.

As fontes, que pediram anonimato, não especificaram como as conversas avançaram, nem disseram se a varejista também conversou com rivais da Azul.

Aéreas rivais com operações de carga no país incluem a Latam Airlines e a Gol. Nenhuma das duas respondeu imediatamente a pedidos de comentário.

Na semana passada, a Azul anunciou que alugou duas aeronaves de carga da Boeing "para apoiar o rápido crescimento de sua unidade de negócios de carga".

 

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