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Amaro reforça aposta no marketplace e chega a 500 marcas no site

Startup de varejo vai incluir mais 200 marcas parceiras; expectativa é que a operação com terceiros some 20% do faturamento ainda em 2022

Amaro: varejista aumenta faturamento com operação de parceiros "cuidadosamente selecionados", diz CEO. (Amaro/Divulgação)

Amaro: varejista aumenta faturamento com operação de parceiros "cuidadosamente selecionados", diz CEO. (Amaro/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 21 de março de 2022 às 16h14.

Última atualização em 22 de março de 2022 às 15h50.

A Amaro, startup de varejo (ou, no jargão, retailtech) que atua no Brasil, vai aumentar o número de marcas parceiras que atuam no marketplace. Hoje, são cerca de 300 marcas e, com a inclusão a ser realizada ao longo de 2022, serão 500 parceiras. A estimativa é de que, conjuntamente, a operação possa chegar a 20% do faturamento da companhia (não comentado pela empresa). O único número divulgado é o do mercado potencial em que a varejista atua, em torno de R$ 433 bilhões.

É uma proposta que vai na contramão de como a Amaro nasceu. Criada em 2012, a varejista surgiu no modelo direct-to-consumer, ou seja, totalmente verticalizada (criava, produzia e vendia os próprios produtos). Com o crescimento das compras on-line na pandemia, passando a 10% do varejo brasileiro, a Amaro inaugurou o próprio marketplace em 2020, como uma iniciativa experimental diante do público consumidor. Com o sucesso, em 2022, serão incluídas mais 200 marcas a esse portfólio.

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Diferente de uma operação tradicional de marketplace – em que o foco é aumentar o número de vendedores cadastrados – a Amaro trabalha num modelo de parceria com as marcas, funcionando como um canal de distribuição à parte. Isso significa que, em vez de ir atrás de vendedores, há um contrato firmado entre as duas empresas. Dessa forma, os produtos saem do centro de distribuição dos parceiros, direto para o da Amaro, que cuida de toda a logística. No fim, a varejista fica com um percentual sobre as vendas realizadas (em vez de um fee de cada vendedor que frequenta a plataforma).

Sem abrir qualquer informação de margens de lucro nesse processo, Dominique Oliver, CEO da Amaro, afirma apenas que esse modelo garante à varejista maior controle sobre quem entra no site e, principalmente, se as novas empresas estão fazendo sentido para a consumidora da marca de roupas. “Hoje, 69% das nossas consumidoras já percebem de forma positiva o mix maior de produtos disponibilizados no site e afirmam que a economia de tempo é um fator importante para voltarem a comprar ‘de uma vez’ no site da Amaro”, diz.

Entre as novas marcas anunciadas para o marketplace em 2022, estão Lancôme, Kérastase, Adidas Conversa, L’Oreal Pro, Ray-Ban, Shiseido, Melissa, Wella, Buddemeyer e Oceane. Além disso, entram também marcas de nicho como B.O.B (de xampu em barra), Puravida (de suplementos) e Panty’s (de calcinhas que substituem o absorvente descartável).

Ao contrário de marcas que só têm uma operação digital, a Amaro vai disponibilizar as marcas que fazem parte do marketplace também nas lojas físicas – em tempos de consumidores voltando à rotina de uma vida presencial, esse pode ser um passo importante para tornar marcas de nicho mais conhecidas. Antes da pandemia, as 16 guide shops representavam cerca de um quarto do faturamento da empresa.

“Promovemos uma experiência nas lojas físicas, quero que seja um ambiente cada vez mais adequado ao que as consumidoras precisam e, não à toa, nosso NPS é de 80. Via de regra, lojas em shoppings costumam seguir o mesmo padrão, e nós queremos fazer algo diferente, mais perto da personalização”, afirma.

Todas as marcas que entram na plataforma passam por uma curadoria interna, baseada no que a empresa define como “relevância cultural”. Ou seja, empresas que tenham responsabilidade com critérios ESG e que sejam percebidas de forma positiva pelas consumidoras.

Hoje, a Amaro já compensa 100% da pegada de carbono produzida na operação. “Fizemos um processo junto a uma consultoria e identificamos exatamente qual era a nossa emissão e, hoje, compramos o dobro disso em créditos de carbono de alta qualidade”, afirma Dominique.

Ainda em ritmo de startup, a companhia cresceu 25% em 2020 e aumentou em em cerca de 50% o faturamento no último ano. Segundo estimativas de mercado esse número está em torno de R$ 2 bilhões. O executivo não confirma os números, mas reforça a aposta no mercado brasileiro. Sem intenção de fazer novas rodadas de captação ou, mesmo, de um IPO nesse momento, o CEO garante que a empresa está pronta para avançar nos próximos anos. “Vamos continuar crescendo no Brasil. Há muito espaço a ser conquistado no país”, afirma.

Acompanhe tudo sobre:AmaroEXAME-no-InstagramModaStartups

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