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Alpargatas prepara chegada da Mizuno na Argentina

Dona da Havaianas vai lançar a marca no país vizinho em maio

Mizuno: a Alpargatas afirma ter identificado uma grande oportunidade de calçados de alta performance na Argentina (Carlos Bessa/ Boa Forma)

Mizuno: a Alpargatas afirma ter identificado uma grande oportunidade de calçados de alta performance na Argentina (Carlos Bessa/ Boa Forma)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 19h01.

São Paulo - Em maio, a Alpargatas vai levar os produtos Mizuno para a Argentina. A empresa não pretende fabricar os tênis da marca no país, eles serão importados. “Fizemos estudos e identificamos uma grande oportunidade de calçados de alta performance lá”, disse José Roberto Lettiere, diretor de relações com investidores da Alpargatas.

O volume de vendas de artigos esportivos somou 10,6 milhões de pares de calçados e peças de vestuário e acessórios na Argentina. O número indica uma redução de 200 mil pares/peças em relação a 2009. Mesmo assim, a Alpargatas Argentina registrou receita líquida de 411,2 milhões de reais no ano, valor 8,3% superior ao obtido em 2009.

A empresa credita essa elevação na receita líquida ao aumento dos preços e a venda de produtos de maior valor. Do total da receita líquida em reais da Alpargatas Argentina em 2010, 59,0% foram gerados pelo negócio de calçados, 32,0% por têxteis e 9,0% pelo varejo.

Outra pesquisa realizada pela empresa no país mostrou que 51% das casas argentinas possuiam, em 2010, pelo menos um par de calçado Topper. Para a empresa, a Topper está na Argentina em um estágio pré-havaianas. “Está como a Havaianas estava no Brasil em 1997, uma marca muito popular em que só faltava reposicionar, agregar valor”, disse Márcio Utsch, diretor-presidente da Alpargatas, em audioconferência com analistas realizada hoje (21/3).

Havaiana mais cara

O aumento do preço da borracha no final de 2010 foi sentido pela Alpargatas - a matéria-prima representa cerca de 30% do custo das sandálias. "No ano, o quarto trimestre não foi tão bom, o aumento do custo de borracha impactou, mas não tiramos o pé do acelerador nos nossos investimentos", disse Utsch. A expectativa da Alpargatas é uma estabilização e queda dos preços do produto no segundo trimestre.

O preço da borracha aumentou 7,4% entre 2009 e 2010 - e 13,8% na comparação entre o último trimestre de 2010 e o último de 2009. Como isso ocorreu quando a empresa estava no meio de uma coleção, ela optou por não repassar imediatamente a elevação de custo aos consumidores. “Passar preço no final de coleção seria ruim para nossa credibilidade", disse o diretor-presidente. Para anular um pouco esse efeito, a empresa trabalhou em redução de custos e despesas. Na próxima coleção das marcas Havaianas e Dupé, os preços virão impactados pelo aumento no preço da borracha. A empresa não revela qual será o tamanho do repasse.


O câmbio, por sua vez, não exerceu um impacto tão significativo na operação. "A despeito das condições não tão boas de câmbio conseguimos crescer moeda a moeda, não teve nenhum país que não evoluiu", disse Utsch.

O segmento de sandálias representa 53% da receita líquida da Alpargatas, os artigos esportivos, 31%, o varejo, 10% e os têxteis na Argentina, 6%. Em 2010 a receita líquida total da Alpargatas foi de 1,6 bilhão de reais – aumento de 18,0% sobre a receita de 2009. A empresa não divulgou seu orçamento para 2011 – que ainda será aprovado em assembleia no dia 26 de abril.
 

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