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Alibaba demite gerente após acusação de agressão sexual

A mídia estatal chinesa e os internautas criticaram fortemente o atraso da empresa em lidar com o incidente

Sede do Alibaba Group (Aly Song/File Photo/Reuters)
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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 09h56.

A gigante chinesa do e-commerce Alibaba Group Holding Ltd afirmou nesta segunda-feira que demitiu um gerente acusado de agressão sexual e prometeu políticas para prevenir o assédio sexual dentro da empresa -- ação criticada pela mídia estatal.

No sábado, o relato da funcionária do Alibaba de um incidente que segundo ela aconteceu em uma viagem de trabalho viralizou nas mídias sociais chinesas, com respostas a ele aparecendo entre os principais tópicos do Weibo no domingo de manhã.

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A mulher, que não revelou sua identidade, alegou que seu chefe a obrigou a ir em uma viagem de trabalho com ele para encontrar um dos clientes de sua equipe na cidade de Jinan, a cerca de 900 quilômetros da sede do Alibaba em Hangzhou.

Segundo a mulher, na noite de 27 de julho o cliente a beijou. Depois de consumir álcool, ela acordou em um quarto de hotel no dia seguinte sem suas roupas e sem se lembrar do que havia acontecido.

Imagens que ela obteve com o hotel mostram que seu chefe entrou quatro vezes no quarto durante a noite, completou ela.

A funcionária também alegou que superiores e a área de RH da empresa não levaram o assunto a sério nos cinco dias desde que a denúncia havia sido feita.

"O gerente da unidade Neighborhood Retail estava envolvido em atos íntimos quando a funcionária estava embriagada e foi demitido e nunca será recontratado", afirmou o presidente-executivo Daniel Zhang em um memorando. A polícia está investigando o assunto, afirmou o executivo. A Reuters não conseguiu entrar em contato com o indivíduo para comentar.

A mídia estatal e os internautas criticaram fortemente o atraso do Alibaba em lidar com o incidente. Internamente, em um grupo de bate-papo dedicado ao tema, funcionários exigiram justiça e medidas de prevenção ao assédio sexual. Um aviso, no aplicativo de mensagens do Alibaba no local de trabalho, DingTalk, mostrou que o grupo tinha mais de 6.000 membros no domingo.

O incidente também gerou discussões internas sobre a cultura da empresa, disse um funcionário do Alibaba, que não estava autorizado a falar com a mídia e, portanto, não quis ser identificado.

O funcionário disse que o Alibaba está enfrentando forte pressão da opinião pública e que é necessário "raspar o veneno do osso" - uma expressão chinesa que significa remover uma parte prejudicial para salvar o todo.

Em seu memorando, Zhang anunciou o treinamento de toda a empresa para a prevenção do assédio sexual. Ele também disse que o Alibaba se opõe veementemente à "cultura de beber forçado", referindo-se ao relato da funcionária.

"Este incidente é uma humilhação para todos os funcionários do Alibaba. Precisamos reconstruir e mudar", afirmou.

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