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Alerta de empresa de petróleo sacode o setor; Brasil em foco

O modo como empresa lidou com preços e licitação de contratos no Brasil teria trazido problemas para a companhia, afirmaram analistas

Petróleo: aquecimento do setor no Brasil pode fazer com que empresas acabem deixando de considerar as condições operacionais difíceis no país (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 22h55.

Milão/Oslo - O alerta inesperado de lucro abaixo do previsto da Saipem, maior empresa de serviços de petróleo da Europa, sacudiu o setor nesta quarta-feira e consumiu bilhões do valor de mercado da empresa italiana.

A Saipem emitiu um alerta sobre os lucros de 2012 na noite de terça-feira e ofereceu nova projeção para os resultados em 2013, com queda de 80 por cento no lucro para cerca de metade do nível que havia sido previsto por analistas.

A consternação reinou entre os analistas durante uma teleconferência tarde da noite de terça-feira, sobre como uma empresa que opera em um negócio que vive um momento de altos preços do petróleo e forte demanda por equipamentos e serviços de engenharia de perfuração poderia dar errado.

Fontes da indústria também disseram que as atividades offshore da empresa no Brasil - um setor aquecido para a indústria, mas um lugar onde fazer negócios tem sido difícil para muitas empresas de serviços - parece ser o cerne de seus problemas.

"Parece que muitas das razões são específicas da Saipem: houve problemas na forma como ela lidou com os preços e com a licitação de contratos, especialmente no Brasil", disse Petter Narvestad, analista da Fondsfinans em Oslo.

"Há muito tempo se sabe que o Brasil é difícil - a Subsea 7 tem lutado com a rentabilidade lá".

"A Saipem provavelmente competiu de forma muito agressiva em preço e agora que está executando os projetos, vê que não há tanto dinheiro para ganhar como pensou que seria".


A Aker Solutions, da Noruega, sofreu muito em 2011, após mau gerenciamento de suas operações submarinas brasileiras.

A empresa lutou com grandes atrasos, estouros de orçamento, problemas de qualidade e má gestão, que arrastou a empresa brevemente para o vermelho.

Analistas dizem que o setor no Brasil está tão aquecido que as empresas muitas vezes ficam ansiosas para ganhar uma fatia do mercado e deixam de levar em conta as condições operacionais difíceis no país, tais como os rigorosos requisitos para usar fornecedores locais.

As ações da Saipem,já sob pressão na terça-feira depois de rumores de que um grande fundo tinha vendido a sua participação, caiu 34 por cento na quarta-feira para 19,97 euros, derretendo cerca de 4,5 bilhões de euros (US$ 6 bilhões) do seu valor de mercado.

As ações da italiana Eni, que controla a Saipem com uma participação de 43 por cento, caíram 4,6 por cento. As ações das concorrentes Subsea 7 e Technip caíram ambas mais de 6 por cento.

Analistas e fontes da indústria disseram que as implicações para outras empresas do setor devem ser limitadas.

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Milão/Oslo - O alerta inesperado de lucro abaixo do previsto da Saipem, maior empresa de serviços de petróleo da Europa, sacudiu o setor nesta quarta-feira e consumiu bilhões do valor de mercado da empresa italiana.

A Saipem emitiu um alerta sobre os lucros de 2012 na noite de terça-feira e ofereceu nova projeção para os resultados em 2013, com queda de 80 por cento no lucro para cerca de metade do nível que havia sido previsto por analistas.

A consternação reinou entre os analistas durante uma teleconferência tarde da noite de terça-feira, sobre como uma empresa que opera em um negócio que vive um momento de altos preços do petróleo e forte demanda por equipamentos e serviços de engenharia de perfuração poderia dar errado.

Fontes da indústria também disseram que as atividades offshore da empresa no Brasil - um setor aquecido para a indústria, mas um lugar onde fazer negócios tem sido difícil para muitas empresas de serviços - parece ser o cerne de seus problemas.

"Parece que muitas das razões são específicas da Saipem: houve problemas na forma como ela lidou com os preços e com a licitação de contratos, especialmente no Brasil", disse Petter Narvestad, analista da Fondsfinans em Oslo.

"Há muito tempo se sabe que o Brasil é difícil - a Subsea 7 tem lutado com a rentabilidade lá".

"A Saipem provavelmente competiu de forma muito agressiva em preço e agora que está executando os projetos, vê que não há tanto dinheiro para ganhar como pensou que seria".


A Aker Solutions, da Noruega, sofreu muito em 2011, após mau gerenciamento de suas operações submarinas brasileiras.

A empresa lutou com grandes atrasos, estouros de orçamento, problemas de qualidade e má gestão, que arrastou a empresa brevemente para o vermelho.

Analistas dizem que o setor no Brasil está tão aquecido que as empresas muitas vezes ficam ansiosas para ganhar uma fatia do mercado e deixam de levar em conta as condições operacionais difíceis no país, tais como os rigorosos requisitos para usar fornecedores locais.

As ações da Saipem,já sob pressão na terça-feira depois de rumores de que um grande fundo tinha vendido a sua participação, caiu 34 por cento na quarta-feira para 19,97 euros, derretendo cerca de 4,5 bilhões de euros (US$ 6 bilhões) do seu valor de mercado.

As ações da italiana Eni, que controla a Saipem com uma participação de 43 por cento, caíram 4,6 por cento. As ações das concorrentes Subsea 7 e Technip caíram ambas mais de 6 por cento.

Analistas e fontes da indústria disseram que as implicações para outras empresas do setor devem ser limitadas.

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