Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Os donos das redes de distribuição de combustíveis Ale, baseada em Minas Gerais, e a Sat, baseada no Rio Grande do Norte, anunciaram hoje a fusão de suas operações. A nova empresa, batizada provisoriamente de Alesat, vai faturar 4,5 bilhões de reais por ano e concentrar 1 048 postos em todo o país. Trata-se da sexta maior rede do setor, atrás da BR Distribuidora, Ipiranga e de concorrentes estrangeiros de porte como Shell, Texaco e Esso. "Agora deixamos definitivamente de ser redes regionais e teremos abrangência nacional como as maiores", diz Marcelo Alecrim, fundador da Sat e presidente da Alesat. O dono da Ale, Sergio Cavalieri , será o presidente do conselho da nova companhia.
As negociações para a fusão vinham sendo conduzidas há dois anos. Desde então, as duas redes começaram a compartilhar bases de distribuição e a planejar a estrutura societária e de governança da nova empresa. "Fizemos tudo detalhadamente, para que um pudesse conhecer melhor o outro", diz Cavalieri. Os donos de cada uma das redes ficará com metade das ações da Alesat. O fundo de investimentos Darby, fundado há uma década por Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro americano e sócio da Sat há três anos, possui 20% de participação na Alesat, com direito a ampliar em 3% em até oito anos.
A empresa contratou a consultoria Gradus, a mesma que trabalhou na formação de empresas como a AmBev, para concluir a integração operacional da Alesat. A distribuidora pretende investir cerca de 120 milhões de reais em expansão da rede para chegar a 2010 com um faturamento de 6 bilhões de reais. Os sócios não descartam a abertura de capital para financiar o crescimento.
A Alesat pretende crescer sobretudo consolidando um mercado ainda extremamente pulverizado, em que há cerca de 500 redes de postos registradas país afora - a maioria dos quais são os chamados de bandeiras brancas, sem vínculos com uma única distribuidora. "Em mercados prontos para consolidar, é possível crescer rapidamente mais fácil", diz Piero Minardi, diretor do Darby para o Cone Sul. Com a ajuda no fundo, a Sat já vinha crescendo. Em 2003, quando o fundo adquiriu 34% do capital da distribuidora o faturamento era de 840 milhões de reais. No ano passado, foi mais do que o dobro - 1,9 bilhão de reais.