Mesmo na crise, companhia teve lucro de US$ 219 milhões no último trimestre (Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 21h43.
Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 21h44.
Uma das principais startups da economia compartilhada está finalmente chegando à bolsa de valores: nesta segunda-feira, 16, o Airbnb entregou o relatório com pedido para abrir capital na Nasdaq, bolsa americana conhecida por negociar ações de empresas de tecnologia. Com a previsão de usar a sigla ABNB, a companhia de hospedagem demonstrou que teve lucro de US$ 219 milhões e receita de US$ 1,34 bilhão no último trimestre.Decifrando as criptomoedas
É uma boa amostra para os investidores, que ainda discutem se empresas da chamada economia compartilhada - como Uber, Lyft e o próprio Airbnb - são capazes de dar lucro. Segundo o Airbnb, o trimestre positivo não foi o único da empresa - ganhos também aconteceram em trimestres isolados de 2018 e 2019. No ano passado, ao todo, porém, a empresa deu prejuízo de US$ 674 milhões e faturou US$ 4,81 bilhões. Para este ano, a previsão é de faturar US$ 2,52 bilhões, em queda influenciada pela pandemia do novo coronavírus.
A pandemia é citada pela empresa como um de seus maiores fatores de risco. "A pandemia e o impacto das ações para mitigá-la impactaram nosso negócio e vão afetá-lo ainda substancialmente, tanto em operações como no aspecto financeiro", diz o relatório. 2020 não foi um ano fácil para a empresa, que pegou empréstimos de US$ 2 bilhões e demitiu cerca de 25% de seus funcionários.
A expectativa da empresa para os próximos meses é de buscar sua reinvenção, impulsionando viagens domésticas enquanto a vida normal não retorna. "Muita gente também transformou o home office em 'trabalhar de qualquer lugar'. Acreditamos que, nos próximos anos, as barreiras entre viagens e vida normal vão ser borradas. Nossa plataforma se adaptou a essa demanda", diz o Airbnb. No relatório, a empresa afirma que Booking, Expedia, TripAdvisor, Trivago são seus rivais, bem como cadeias de hotel como Marriott e Hilton e a gigante de tecnologia Google.
Preocupação com sustentabilidade
Depois da Nasdaq, a companhia também estuda listar suas ações em uma nova plataforma de negociação para empresas comprometidas com valores ambientais, sociais e de governança corporativa. Ries, fundador da LTSE (a nova plataforma), e Brian Chesky, CEO e cofundador do Airbnb, se conhecem há muito tempo, de acordo com um blog. “Temos sido aliados e camaradas de armas na tentativa de definir o que significa ser uma empresa do século 21”, escreveu Ries.