AIG admite irregularidades milionárias nos balanços
Revisão de práticas impróprias pode reduzir seu patrimônio líquido em 1,77 bilhão de dólares
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 18h46.
A American International Group (AIG), maior companhia de seguros do mundo, surpreendeu o mercado ao anunciar, nesta quinta-feira (31/3), que cometeu irregularidades na elaboração de suas demonstrações financeiras. Considerada pelos analistas americanos como uma das empresas mais sólidas da Bolsa de Nova York, a AIG pode ter seu patrimônio líquido reduzido em 1,77 bilhão de dólares, após todas as práticas consideradas suspeitas pela companhia serem auditadas.
A AIG possui 93 000 funcionários e operam e 130 países. No Brasil, a companhia é sócia do Unibanco nas áreas de seguros e previdência privada. Mas, entre as operações sob investigação listadas pelo americano The Wall Street Journal, não há menção sobre o Brasil. Um foco de fortes suspeitas são os acordos de resseguro com companhias estrangeiras, envolvendo a Richmond Insurance, sediada em Bermuda, e a Union Excess Reinsurance, de Barbados. Segundo o jornal, essas empresas seriam indiretamente controladas pela AIG, a fim de aumentar os resultados financeiros.
A AIG também admitiu que contabilizou indevidamente perdas de subscrição de risco (procedimento pelo qual uma seguradora classifica o nível de risco de determinada apólice). Durante anos, de acordo com The Wall Street Journal, a AIG se orgulhava de apresentar os menores níveis de perda por subscrição do mercado. Agora, a companhia admite que parte desses prejuízos eram anotados em outras rubricas.
No total, oito áreas do grupo foram apontadas por terem práticas irregulares de contabilidade ou, pelo menos, suspeitas. As investigações de autoridades federais e estaduais americanas estão investigando o caso, mas as apurações não deverão se estender a todos os 38 anos em que Maurice Greenberg, ex-presidente da companhia, esteve à frente dos negócios. Greenberg renunciou ao cargo neste ano, devido à idade avançada (79 anos), sendo substituído, em 15 de março, por Martin Sullivan, que atua na companhia há 25 anos e, desde 2002, ocupava o cargo de gerente de operações.
De acordo com as investigações, não há indícios de que Sullivan esteja envolvido nas irregularidades. No ano passado, a AIG obteve um lucro líquido de 11,05 bilhões de dólares, a partir de um faturamento de 98,61 bilhões.