Acordo trabalhista do Uber nos EUA divide opiniões
O acordo não prevê uma representação sindical de fato para os trabalhadores e revelou duras divisões entre os defensores de trabalhadores
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2016 às 14h46.
A Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores da Indústria Aeroespacial elogiou um acordo alcançado neste mês para representar motoristas que trabalham para o Uber em Nova York, afirmando que ele dá ao trabalho organizado uma oportunidade para redefinir a nova economia de maneira a apoiar os trabalhadores e suas famílias.
Mas nem todo mundo no movimento sindical norte-americano está comemorando.
O acordo não prevê uma representação sindical de fato para os trabalhadores e revelou duras divisões entre os defensores de trabalhadores sobre como lidar com a chamada economia do bico, do trabalho informal, e a classificação de trabalhadores como empreendedores independentes em vez de funcionários.
Sob os termos do acordo com a Uber Technologies, a associação vai formar um "sindicato de motoristas independentes" que será capaz de intervir em nome dos motoristas que tiverem serviços cancelados ou negociar benefícios a eles, como seguros.
A associação também concordou em conter por cinco anos ações desde organizar greves ou sindicalizar motoristas e afirmou que não vai pressionar reguladores para mudar o status de motoristas de terceirizados para funcionários.
Bhairavi Desai, uma diretora executiva da Aliança de Trabalhadores em Táxis de Nova York, criticou o acordo como uma "traição histórica" porque ele desiste das mais importantes ferramentas de poder econômico.
Ela afirmou que ela e sua organização estavam em negociações com a associação dos maquinistas sobre colaboração para uma campanha de sindicalização dos motoristas antes do acordo com o Uber.
Os maquinistas tinham conseguido anteriormente organizar serviços de motoristas de carros e Desai afirmou que seu grupo acreditava que um caminho similar seria alcançado pelos motoristas do Uber.
As companhias de aplicativos de transporte urbano afirmam que a terceirização, em vez de tornar os motoristas empregados diretos, mantém os custos baixos e permite a flexibilidade que os motoristas afirmam que querem.
Mas terceirizados não possuem as mesmas proteções legais que funcionários têm, incluindo salário mínimo e pagamento de hora extra.
Seth Harris, um advogado em Washington que foi vice-secretário de Trabalho dos EUA entre 2009 e 2013, afirmou que tanto sindicatos como companhias como o Uber estão formulando estratégias para o novo mercado de trabalho diante de conceitos defasados de trabalho e leis de defesa da concorrência que restringem suas opções.
"Ambos os lados estão encurralados e encontraram uma maneira de navegarem pelos caminhos estreitos que as leis traçaram para eles", afirmou Harris.
A única coisa que todos os lados concordam é que o esforço para organizar o trabalho na nova economia está apenas começando e para alguns observadores, isso não é ruim.
"Os sindicatos estão em um estado de crise e desesperadamente tentando criar um modelo que permaneça relevante", disse Phil Wilson, presidente do Instituto de Relações do Trabalho, que afirma ser uma "empresa proeminente na luta contra as campanhas de organização sindical".
A Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores da Indústria Aeroespacial elogiou um acordo alcançado neste mês para representar motoristas que trabalham para o Uber em Nova York, afirmando que ele dá ao trabalho organizado uma oportunidade para redefinir a nova economia de maneira a apoiar os trabalhadores e suas famílias.
Mas nem todo mundo no movimento sindical norte-americano está comemorando.
O acordo não prevê uma representação sindical de fato para os trabalhadores e revelou duras divisões entre os defensores de trabalhadores sobre como lidar com a chamada economia do bico, do trabalho informal, e a classificação de trabalhadores como empreendedores independentes em vez de funcionários.
Sob os termos do acordo com a Uber Technologies, a associação vai formar um "sindicato de motoristas independentes" que será capaz de intervir em nome dos motoristas que tiverem serviços cancelados ou negociar benefícios a eles, como seguros.
A associação também concordou em conter por cinco anos ações desde organizar greves ou sindicalizar motoristas e afirmou que não vai pressionar reguladores para mudar o status de motoristas de terceirizados para funcionários.
Bhairavi Desai, uma diretora executiva da Aliança de Trabalhadores em Táxis de Nova York, criticou o acordo como uma "traição histórica" porque ele desiste das mais importantes ferramentas de poder econômico.
Ela afirmou que ela e sua organização estavam em negociações com a associação dos maquinistas sobre colaboração para uma campanha de sindicalização dos motoristas antes do acordo com o Uber.
Os maquinistas tinham conseguido anteriormente organizar serviços de motoristas de carros e Desai afirmou que seu grupo acreditava que um caminho similar seria alcançado pelos motoristas do Uber.
As companhias de aplicativos de transporte urbano afirmam que a terceirização, em vez de tornar os motoristas empregados diretos, mantém os custos baixos e permite a flexibilidade que os motoristas afirmam que querem.
Mas terceirizados não possuem as mesmas proteções legais que funcionários têm, incluindo salário mínimo e pagamento de hora extra.
Seth Harris, um advogado em Washington que foi vice-secretário de Trabalho dos EUA entre 2009 e 2013, afirmou que tanto sindicatos como companhias como o Uber estão formulando estratégias para o novo mercado de trabalho diante de conceitos defasados de trabalho e leis de defesa da concorrência que restringem suas opções.
"Ambos os lados estão encurralados e encontraram uma maneira de navegarem pelos caminhos estreitos que as leis traçaram para eles", afirmou Harris.
A única coisa que todos os lados concordam é que o esforço para organizar o trabalho na nova economia está apenas começando e para alguns observadores, isso não é ruim.
"Os sindicatos estão em um estado de crise e desesperadamente tentando criar um modelo que permaneça relevante", disse Phil Wilson, presidente do Instituto de Relações do Trabalho, que afirma ser uma "empresa proeminente na luta contra as campanhas de organização sindical".