Moody's: agência diz que possibilidade de voltar a disputar projetos é essencial para a empresa (Scott Eells/Bloomberg/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 14h19.
São Paulo - O acordo de leniência assinado na semana passada é um evento de crédito positivo para a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), segundo relatório da Moody's Investors Service.
O documento cita ainda que o acordo de leniência permitirá que a companhia volte a participar de licitações para grandes contratos públicos de engenharia e construção, algo que é fundamental para a sustentabilidade operacional da empresa.
"Sem capacidade de participar de licitações de engenharia e construção, a receita e o Ebitda da empresa continuam a sofrer significativamente, como tem acontecido desde março de 2015, quando as autoridades brasileiras começaram a investigar a empresa", segundo a Moody's.
Além disso, a agência de classificação de risco diz que as investigações prolongadas também limitaram a disponibilidade de financiamento pela companhia para projetos de engenharia e construção.
O acordo, segundo a Moody's, trará para a OEC alívio financeiro de forma a interromper o rápido consumo de caixa que vem ocorrendo, permitindo ainda que a companhia retome a busca por projetos.
A Moody's frisa que o saldo de caixa da empresa caiu de forma acentuada em meio às restrições da Lava Jato, indo para US$ 1,7 bilhão em 30 de junho de 2016, ante US$ 2,5 bilhões no fim de 2015 e de US$ 4,4 bilhões no fim de 2014.
"A contração de projetos da OEC reduziu seu consumo de caixa em meio a atrasos na cobrança de recebíveis, redução do saldo de conta e redução de caixa e perdas cambiais, o que comprometeu a liquidez da empresa", segundo a agência.