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Acordo sobre controle é maior entrave para a fusão Bertin-Marfrig

Bertin insiste em deter o controle acionário da empresa resultante da fusão, que seria líder em carne bovina no mercado brasileiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O maior entrave à concretização da fusão entre os frigoríficos Bertin e Marfrig é uma disputa pelo controle. Segundo apurou o Portal EXAME, o Bertin insiste em deter o controle acionário da nova empresa, que seria líder em abates no país. Juntos, os dois frigoríficos teriam capacidade de abate diário superior a 35 mil animais por dia, o que deixaria o atual líder JBS- Friboi - cuja capacidade está acima de 26 mil bois - na segunda posição.

A exemplo do impasse entre Sadia e Perdigão que deu origem à Brasil Foods, a família Bertin - que detém cerca de 70% do conglomerado - não aceitaria perder o controle em uma eventual fusão. Apesar de negar, oficialmente, conversações nesse sentido, o Bertin ressalta que vê com bons olhos esse movimento de mercado para criação de conglomerados e que uma negociação com a JBS Friboi, Marfrig ou outra importante companhia poderia ser vantajosa, pois todos ganhariam em escala e sinergia.

No entanto, a aliança com o Marfrig - que confirma a existência de tratativas entre os dois frigoríficos, mas que descarta qualquer acerto efetivo - seria bastante vantajosa ao Bertin. Primeiro porque estaria de volta à liderança de mercado. Depois porque o Marfrig possui um endividamento menor do que o do Bertin.

No passado, o Bertin já chegou a ocupar a posição de maior exportador de carne bovina e derivados do país. Ainda hoje, o Bertin é uma das maiores produtoras e exportadoras de produtos de origem animal da América Latina, como carne bovina in natura e processada, lácteos, couros e produtos pet. Os produtos e serviços do Bertin são comercializados no mercado interno e em mais de 100 países, nos cinco continentes.

A empresa conta com 40 unidades no Brasil e no exterior, e emprega mais de 35 mil colaboradores. A companhia produz ainda matéria-prima para itens de higiene e limpeza. Entre as empresas que compõem o conglomerado estão: Bertin S.A., Gaia Energia e Empreendimentos, Bracol Holding, Comapi, Grupo Vigor (detentor das marcas Vigor, Leco, Danúbio e Faixa Azul) e a Cibe Participações (que atua em concessões rodoviárias em sociedade com a Equipav).

Embora mais voltado às carnes, o que faz do Marfrig um aliado estratégico é o ritmo da expansão do crescimento da sua operação que hoje, além do abate de bois, inclui aves (frangos e perus), suínos e ovinos. O Marfrig possui 30 unidades voltadas a produtos industrializados e processados no Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Europa. Só no Brasil, a capacidade diária é de 2.208 toneladas/dia.De modo geral, o Marfrig possui 57 fábricas na América do Sul, América do Norte e Europa e está presente com seus produtos em mais de 120 países.

Apesar de perder a liderança no Brasil se a fusão for concretizada, o JBS-Friboi continuaria a ser a maior empresa de carne bovina do mundo, com capacidade de abate de 73,9 mil toneladas/dia. No total, são 25 fábricas localizadas em nove estados brasileiros, seis em províncias argentinas, dez na Austrália e oito na Itália. A companhia também é a terceira maior produtora de carne suína e bovina dos Estados Unidos. Entre as marcas que detém estão Friboi, Swift, Maturatta, Anglo e Mouran.

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